quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

PMN fecha com o PSDB na Alepe


RENATA BEZERRA DE MELO
Fiel da balança na queda-de-braço entre DEM e PSDB na Assembleia Legislativa para definir quem indicará o líder da bancada de oposição, o PMN bateu o martelo, ontem, sobre quem apoiará. No lugar de fortalecer os planos do DEM e do PMDB de avalizarem o deputado estadual Tony Gel (DEM) como líder, a sigla decidiu integrar o bloco idealizado pelos tucanos e pelo verde Daniel Coelho, deputado cotado para assumir a liderança oposicionista.

Houve uma reunião na sede do PMN para discutir o assunto e transmitir ao deputado estadual Severino Ramos (PMN) a orientação de seguir o mesmo alinhamento que o partido mantém a nível nacional com o PSDB e PPS. Foi quando o parlamentar, que havia assumido compromisso com Tony Gel e com o deputado Gustavo Negromonte (PMDB) de compor uma frente com eles, voltou atrás. “Sou partidário. Vou seguir o que o partido determinar. A gente tinha conversado com o pessoal do DEM. Mas não tinha noção da orientação partidária. Hoje (ontem), teve reunião, fiquei ciente de que, como um bom soldado, tinha que seguir a orientação. Vou apoiar o bloco entre PSDB e PV com Daniel Coelho para a liderança. Não posso fugir da linha partidária”, justificou Ramos.

Preliminarmente, segundo ele, pensara que a aliança com o DEM e o PMDB seria viável “por uma questão de espaço político”. A mudança praticamente anula as chances do DEM de brigar pela liderança. Os democratas estavam confiantes no Regimento Interno, o qual classificaram de “muito claro” ao determinar que o líder da oposição seria indicado pelos líderes dos partidos oposicionistas. Caso fossem somados DEM, PMDB e PMN, os democratas teriam vantagem para validar Tony Gel. Já os tucanos (com cinco deputados) defendiam que a prática, na Casa, sempre foi de a sigla com maior quantidade de membros ter prioridade.

Cotado para líder, Tony Gel (DEM) disse receber com “surpresa” a reviravolta de Ramos. “Ele havia me dito que já perdeu dois mandatos por questão de palavra e que não voltaria atrás”, recordeu Gel. Com isso, DEM e PSDB ficam ainda mais distantes. “O que se sabe é que alguns deputados do PSDB votaram o tempo todo com o Governo e outros declararam que não farão oposição e isso é público e notório”, disparou Tony Gel ao explicar o porquê de o DEM ter se aglutinado com o PMDB e PMN antes que o PSDB tomasse a frente.
Fonte: Folha de Pernambuco
Data:29/12/2010

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Secretariado é "a cara" de Eduardo

Vinte das 28 pastas são da cota pessoal de Campos, que cobrará resultados


ARTHUR CUNHA e MANOEL GUIMARÃES
O governador reeleito Eduardo Campos (PSB) anunciou ontem o primeiro escalão do seu futuro governo. Dos 28 secretários que tomarão posse no próximo dia 2 de janeiro, 20 são da cota do socialista; portanto, o maior contemplado. Essas foram escolhas pessoais de Eduardo, com a anuência do PSB, que não tiveram de ser chanceladas por nenhum dos outros 14 partidos que formam a Frente Popular. O chamado “núcleo duro” passou por um rodízio, mas continua ocupando os postos chave e com a mesma influência junto ao chefe. O PT foi aparentemente o maior beneficiado entre os aliados porque terminou com três secretarias grandes. Mas os escolhidos são ligados ao governador, o que, na prática, aumenta sua influência sobre os petistas.

As outras siglas que integravam o primeiro escalão - PSB, PR e PCdoB - também passaram pelo rodízio. O PP ingressou no governo e o PTB retornou ao primeiro escalão. Já o PDT perdeu seu espaço no secretariado. São 19 técnicos e nove políticos. A cota de mulheres subiu para quatro. Dois federais e quatro estaduais foram convocados, o que abrirá espaço para suplentes na Câmara e na Assembleia. A tão falada verticalização só ocorreu na Secretaria de Governo, cujo equivalente nacional, o Minis­tério das Relações Instituicionais, também ficou com o PT.

Cogitado para o Ministério da presidente eleita Dilma Rousseff, o deputado Maurício Rands (PT) teve que se contentar em deixar Brasília e assumir a Secretaria de Governo. Será uma espécie de embaixador da gestão no trato com prefeitos, deputados, governadores e ministros. Do ponto de vista de estrutura, porém, a secretaria ainda é uma incógnita. Ainda nem foi definido o local onde a pasta atuará. Ao contrário do que se especulava, ela não será “bombada” com outras secretarias-executivas e programas.

Mesmo tendo participado de todas as discussões, o deputado eleito João Paulo (PT) saiu enfraquecido porque não indicou nenhum secretário. O prefeito João da Costa emplacou o titular da Cultura: Fernando Duarte. Também designará o próximo presidente da Fundarpe, que volta a responder à secretaria. Com exceção de Renato Thiebaut, que continua na Chefia de Gabinete, o núcleo duro entrou na dança das cadeiras. Geraldo Júlio, Paulo Câmara, Danilo Cabral, Sileno Guedes, Ricardo Dantas e Ricardo Leitão foram remanejados dentro do primeiro escalão.

Eduardo Campos classificou seus novos asuxiliares como uma equipe com experiência, que respeita a meritocracia, conhecedora da máquina estatal e da sua forma de trabalhar. Também exaltou a consciência política e a capacidade de fazer dos escolhidos. “Procuramos montar uma equipe que espelhasse o conjunto da frente. Todos os partidos me deixaram inteiramente à vontade. Tanto é que vocês não viram nenhum problema. Nós resolvermos antes do tempo”, argumentou.

De acordo com o governador, “a principal cobrança será por resultado”. “Aqui temos um modelo de gestão com metas bem claras. Vamos seguir buscando essas metas; um governo que tem uma estratégia bem definida, um programa. Não são políticas de secretarias; são políticas de governo”, destacou Eduardo, que justificou o rodízio como uma forma de oxigenar a gestão.



Fonte: Folha de Pernambuco
Data:28/12/2010

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Eduardo chama quatro deputados e Rands coordena Governo

MAGNO MARTINS - Do Blog do Magno


O governador Eduardo Campos (PSB) avançou nas negociações com os partidos da sua base e deve anunciar, hoje, o seu novo secretariado, que estava previsto para quarta-feira, 29. O que parecia uma reforma tímida acabou sendo mais ampla do que o próprio governador esperava. Ele acabou convocando três deputados – dois federais e um estadual e está entregando a coordenação política do seu governo ao PT, nas mãos do deputado Maurício Rands. Hoje, o governador deve chamar mais um deputado do PSB na Assembleia, aumentando para quatro os parlamentares na sua equipe.

Secretários que pareciam estáveis, como Djalmo Leão, da Fazenda, e Ricardo Leitão, da Casa Civil, estão sendo remanejados para outras pastas. Para a Fazenda, o governador optou pelo atual secretário de Turismo, Paulo Câmara, enquanto para o lugar de Leitão irá o do procurador-geral Tadeu Alencar. São dois casos típicos do chamado rodízio, conforme adiantou o presidente do PSB, Milton Coelho. Leão sai da Fazenda para a Controladoria-Geral do Estado.

O secretário de Planejamento, Geraldo Júlio, será remanejado para a pasta de Desenvolvimento acumulando com a presidência de Suape no lugar de Fernando Bezerra Coelho, que virou ministro da Integração Nacional. Para o lugar de Júlio no Planejamento o governador optou pelo nome do atual secretário de Ciência e Tecnologia, Anderson Gomes. .

Para a Saúde, o governador convidou o diretor do IMIP, Antônio Figueira, que tem chances de substituir Fred Amâncio, no cargo desde quando João Lyra Neto deixou a pasta para disputar a reeleição. A sucessão na Saúde, no entanto, ainda não está fechada, havendo a possibilidade de Fred continuar.

O governador resolveu chamar três deputados – um estadual e dois federais. Laura Gomes, da bancada do PSB na Assembleia, assume a Secretaria de Desenvolvimento Social, no lugar de Roldão Joaquim. Já o federal Maurício Rands, do PT, é o nome do partido para a Secretaria de Relações Institucionais no lugar de Gilberto Rodrigues. Humberto Costa, João Paulo e João da Costa foram ouvidos no PT e chegaram ao consenso em torno de Rands.

Com isso, quem assume a vaga de Rands na Câmara dos Deputados é o primeiro suplente do PT, Josenildo Sinézio, e não Paulo Rubem, do PDT, conforme interpretação do Supremo Tribunal Federal, que, em resposta a uma consulta do PMDB na Câmara, determinou que a vaga pertence ao partido e não a coligação partidária.

Já na Assembleia, com base neste mesmo raciocínio, quem assume a vaga de Laura Gomes é o primeiro suplente do PSB, Sebastião Rufino. O governador ofereceu ao PTB a Secretaria de Empreendedorismo, a ser criada, e o partido indicou o nome do atual presidente do sistema SESI-Senai, Antônio Carlos Maranhão Aguiar.

Danilo Cabral, ex-secretário de Educação, é o terceiro deputado convocado pelo deputado. Está cotado para a pasta de Infra-instrutora, mas pode voltar para Educação. Em seu lugar assume o primeiro suplente do PSB, Ninho, ex-prefeito de Igarassu. Ficam mantidos nos cargos Ranilson Ramos, na Agricultura; Eugênio Morais, em Transportes, sem acumular DER; Pedro Mendes em Juventude e Wilson Damásio em Defesa, além de José Francisco Neto, em Administração.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

RECIFE TEM MENOR MASSA SALARIAL DO PAÍS, DIZ IPEA

A Região Metropolitana do Recife tem a menor massa salarial do País. É o que aponta um estudo divulgado, ontem, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que identificou a Região Metropolitana de São Paulo como a mais bem avaliada em relação aos ganhos salariais, onde o rendimento total é de R$ 15,1 milhões contra R$ 1,7 milhão na capital Pernambucana. O levantamento tem como base a Pesquisa Mensal do Emprego (PME) de setembro, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e foca as principais regiões metropolitanas do Brasil - Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

De acordo com o técnico de Planejamento de Pesquisa do Ipea, Miguel Matteo, a área metropolitana de São Paulo conta com uma população de 19 milhões de habitantes. Já o Recife possui pouco mais de 3,6 milhões de pessoas. “Diante dessa realidade, se compararmos o número de pessoas na ativa entre as duas capitais, é obvio que São Paulo sai na frente, isso porque a massa salarial é medida pelo número de pessoas ocupadas e seus rendimentos. Significa dizer que o fato da capital paulista ser maior é sinal também gera mais emprego e paga salários melhores. A remuneração pelas atividades econômicas tende a ser maior do que no Recife”, explicou Matteo.

Ainda de acordo com a pesquisa, a categoria participação da administração pública, defesa, seguridade social, educação saúde e serviços sociais apresenta uma disparidade grande entre a massa salarial de São Paulo e das outras regiões metropolitanas. Se comparadas as regiões metropolitanas de São Paulo e Recife, essa diferença está em torno de 10%. Se for comparada Recife e Brasil, essa diferença diminui para algo em torno de 6%.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

PACOTE AMIGO DO NORDESTE

Eleita com 75% dos votos do Nordeste, a futura presidente Dilma Rousseff prepara um plano especial para os nove estados da região. No pacote, a profissionalização da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), do Banco do Nordeste, da companhia Vale do São Francisco (Codevasf) e ainda do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs). Todos esses órgãos estão vinculados ao Ministério da Integração, uma das joias da coroa mais cobiçadas pelos partidos.


Obras da transposição do São Francisco: previsão de inauguração em junho de 2011 Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press - 16/10/09
Pelas contas da equipe de transição, os investimentos das duas fases do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a cargo desse setor representam R$ 16 bilhões para os próximos anos. Do PAC 1, ficarão quase R$ 4 bilhões para serem executados no governo Dilma. E do PAC II, os investimentos serão da ordem de R$ 12 bilhões. Só para 2011 são R$ 2,7 bilhões do PAC.

Grande parte desse volume de dinheiro deverá ser aplicado diretamente em obras de infraestrutura hídrica - barragens, projetos deirrigação, e ainda a transposição do Rio São Francisco. A primeira etapa desse mega empreendimento - o eixo Leste - estará pronta para a futura presidente inaugurar em junho do ano que vem. Estão nesse rol ainda outras obras, como a ferrovia Transnordestina.

Pelos cálculos dos técnicos, a transposição deve ser a maior obra que Dilma terá no portifólio de inaugurações para o primeiro ano de sua gestão, além de etapas da ferrovia Transnordestina. E ela não quer atrasos e nem problemas nesse setor. Daí a ideia da presidente eleita de profissionalizar e exigir nomes técnicos aos partidos para preencher vagas em estatais, superintendências e bancos, como o do Nordeste. Hoje, a maioria dos cargos dessa área está sob pessoas indicadas pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima. O Dnocs foi indicação do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves. Parte dos atuais dirigentes não chegarão ao carnaval nos respectivos cargos.

Nas reuniões, Dilma se mostra obcecada pela gestão e pela necessidade de indicação de técnicos e, especialmente, que tenham capacidade de tocar as obras dentro dos orçamentos. Quem for responsável pela indicação terá que levar em conta a capacidade do indicado de ouvir desaforos calado.

Ninguém se esquece da cena de 2009, quando o então secretário-executivo do Ministério da Integração, Luiz Antonio Eira, pediu demissão logo depois de brigar com a então ministra da Casa Civil sobre a ferrovia Transnordestina. Na presença de empresários e do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, Eira disse, na reunião que, com a mudança dos prazos, teria que haver alteração dos desembolsos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste. Dilma respondeu na hora que o Ministério não iria dispor de recursos ´nem por cima do meu cadáver`. Eira terminou fora do governo.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

IMPASSE PERTO DO FIM NA ALEPE

O impasse envolvendo a disputa pela primeira secretaria da Assembleia Legislativa - segundo cargo de maior prestígio da Casa - está perto do fim. Ontem, depois de voltar de uma viagem que fez à Europa, o presidente do Poder Legislativo estadual, Guilherme Uchôa (PDT), reuniu-se com o deputado André Campos (PDT) e pediu que ele retirasse a candidatura em nome da ´unidade` da base aliada. André não aceitou de imediato, mas resolveu antecipar o encontro com a bancada petista para hoje na intenção de decidir se concorre à eleição da mesa contra o deputado João Fernando Coutinho (PSB). Ao que tudo indica, André Campos não deve levar o pleito adiante.

O encontro de Uchôa com André Campos aconteceu em duas ocasiões no dia de ontem. Primeiro, o presidente tentou convencer o petista numa conversa informal no plenário, ao lado de João Fernando Coutinho. Os três posaram para a foto, todos rindo, mas não chegaram a nenhum consenso. André questionou a forma como Coutinho estava articulando sua candidatura (fazendo acordos por cima, com a cúpula partidária, deixando de ouvir os demais deputados).

No início da noite, no entanto, Uchôa voltou a se reunir com o petista, pedindo que ele reconsiderasse a decisão. Campos lançou-se candidato com o argumento de não aceitar as negociações feitas para a mesa diretora pelo prefeito de São Lourenço, o ex-deputado Ettore Labanca (PSB). O petista também teria afirmado aos amigos que João Coutinho prometeu não concorrer à reeleição da primeira secretaria, há dois anos, e descumpriu o acordo. ´Ettore é extrovertido. Ele não estava querendo se meter nos assuntos da Casa`, defendeu Uchôa.

O presidente da Assembleia tratou de trazer o deputado à realidade de ser governo. Disse a André que já tinha conversado com lideranças do PT, PTB, PR e PTC, além do próprio PSB, e todos tinham declarado apoio à reeleição de João Coutinho. O pedetista citou, como articuladores, o líder do governo, Isaltino Nascimento (PT), o deputado federal Inocêncio Oliveira (PR), o senador eleito Armando Monteiro Neto (PTB) e o deputado Eriberto Medeiros (PTC). ´Todos com quem conversei disseram que o seu partido vai seguir a bancada do PSB (a maior da Assembleia)`, disse Uchôa.

Diante da pressão, o aval da legenda petista é o único caminho para André sustentar o discurso. Algo difícil de acontecer. Seria o primeiro estremecimento entre PT e PSB, o que deixaria em alerta outros passos futuros, inclusive eleitorais.

ARROCHO,TÔNICA DO PRIMEIRO ANO

Em contraste com a política de gastança que vem sendo implementada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o futuro governo da presidente eleita, Dilma Rousseff, prometeu austeridade fiscal e redução das despesas com custeio da máquina pública. A nova equipe econômica vetou aumentos ao funcionalismo público, elevação do salário mínimo acima do proposto pelo governo e reajuste aos aposentados (veja quadro). O último objetivo é enxugar o crédito fácil no mercado. Tudo para enfrentar um ano que se prevê com turbulências e inflação em disparada.


Belchior, Cardozo, Mantega e Tombini: tempo de reduzir os gastos do governo federal Foto: Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press
Na oficialização da manutenção de Guido Mantega, na Fazenda, e da definição de Miriam Belchior, no Planejamento, e Alexandre Tombini, no Banco Central, os três adotaram o discurso da necessidade de tornar a despesa pública mais eficiente e de apertar o cinto da gastança. ´É preciso um esforço para manter a solidez fiscal. É o momento de reduzir os gastos do governo agora que a economia está equilibrada`, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

A decisão pelo ajuste fiscal deve-se a um cenário financeiro internacional incerto e que pode ter efeitos, mesmo que indiretos, no Brasil. ´2011 será o ano de consolidação fiscal, com contenção de despesas de custeio para aumentar a poupança pública e o investimento`, emendou Mantega. Analistas do mercado financeiro viam com ressalva a manutenção do ministro da Fazenda no próximo governo por uma dúvida quanto ao comprometimento dele com a redução de gastos diante da deterioração das expectativas inflacionárias e da valorização do real.

O Brasil enfrentou a crise econômica internacional abrindo os cofres do Tesouro Nacional e facilitando o acesso ao crédito. Na avaliação do ministro da Fazenda, essas ações ajudaram a blindar o país e a evitar uma recessão de níveis elevados. A gastança, contudo, vem sendo criticada, inclusive as manobras contábeis para aumentar o caixa, como, por exemplo, tornar nominal a meta de superávit primário. Com isso, a economia para pagar juros da dívida fica fixa durante o ano e não varia de acordo com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Menos é mais

A futura ministra de Planejamento, Miriam Belchior, também prometeu racionalizar e tornar eficientes os gastos públicos, sobretudo com custeio. Como primeira medida, ela disse que irá mandar fazer um pente fino em todos os contratos da União firmados para manutenção da máquina pública e tentar reduzir o peso dessa rubrica no Orçamento. ´É possível fazer mais com menos e é isso que vamos perseguir nos próximos quatro anos`, afirmou. ´Temos uma quantidade de recursos muito menor do que a nossa necessidade, e por isso temos de arrumar maneiras de enfrentar essa disparidade, para que o desenvolvimento possa ser potencializado`, emendou. Também para reduzir qualquer expectativa negativa sobre o novo Banco Central, Alexandre Tombini enfatizou o caráter de autonomia operacional (leia na página 4) que a instituição terá para comandar a política monetária.

Para implementar esse panorama de aperto fiscal e de racionalização das despesas públicas, a nova equipe econômica terá de enfrentar a base aliada. No Congresso, deputados e senadores estão mobilizados para votar projetos que significarão aumento da despesa em 2011. O primeiro deles é a emenda constitucional que estabelece um piso nacional aos policiais militares, o que pode gerar um rombo de R$ 46 bilhões anuais no Orçamento, segundo o governo. Os parlamentares também estão se movimentando para aprovar o próprio aumento salarial, incluindo os vencimentos de ministros, do presidente da República e do Judiciário.gover

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Novo governo quer tirar familias da pobreza para que produzam na agricultura, diz ministra

Brasília – A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes, afirmou hoje (24) que o governo tem o desafio de trazer para a produção na agricultura familiar mais 2 milhões de pequenos produtores que estão na pobreza. Eles se somariam aos 4 milhões de produtores que atuam nesse segmento que envolve investimentos anuais do governo em torno de R$ 630 milhões.

De acordo com a ministra, a presidenta eleita, Dilma Rousseff, vai aplicar, nos próximos anos, mais R$ 2 bilhões na agricultura familiar. Segundo Márcia Lopes, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), coordenado pelo ministério e executado pelos estados e municípios por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), deixará de ser "uma política de governo para se transformar em política pública". Projeto de lei com essa proposta está tramitando na Câmara dos Deputados, em pauta atualmente na Comissão de Finanças e Tributação.

A ministra esteve hoje na abertura do 3º Seminário Nacional do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que discutirá até a próxima sexta-feira (26) os desafios para sua expansão. Segundo ela, participam diretamente do programa 25 mil entidades que compram alimentos da agricultura familiar em 2,3 mil municípios.

O ministro da Aquicultura e Pesca, Altemir Gregolin, disse que 5 milhões de crianças comem peixe na merenda escolar proveniente de criadouros da agricultura familiar. Ele disse que essa é uma forma de criar no país a cultura do consumo do pescado, que aumentou 15,7% nos últimos dois anos.

O representante do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) para a América Latina e o Caribe, José Graziano, informou que a entidade assinou acordo com dez países africanos para implantação do programa de segurança alimentar baseado no modelo brasileiro. Segundo Graziano, ele comentou, recentemente, com a presidenta eleita, Dilma Rousseff que "onde há organização social, pode haver pobreza, mas não há miséria", e isso está acontecendo no campo.

Comissão cancela depoimentos de auditores sobre crise no banco Panamericano

Brasília - A audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicas (CAE) em que seriam ouvidos três executivos de empresas responsáveis por auditoria no Banco PanAmericano, na tarde de hoje (24), foi adiada e não há nova data marcada. A informação foi dada pelo senador Antônio Carlos Magalhães Junior (DEM-BA), no plenário da comissão, antes de começar o depoimento da presidenta da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho. Ela falará sobre a aquisição de 49% do capital do banco pela Caixa.

O Grupo Silvio Santos tomou um empréstimos do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) de R$ 2,5 bilhões para cobrir um rombo financeiro no PanAmericano.

Na audiência pública, deveriam prestar esclarecimentos os representantes de três empresas responsáveis pela auditoria do PanAmericano: Juarez Araújo, presidente da Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes; Pedro Melo, presidente da KPMG no Brasil; e Manoel Horácio Francisco da Silva, presidente do Banco Fator.

O senador Antônio Carlos Magalhães Junior não soube explicar o motivo do cancelamento da audiência pública.

Dilma decide até segunda pleitos de Eduardo

Governador encontrou-se ontem com a presidenta eleita e reforçou oferta de apoio político

Abola agora está com ela`. A frase dita ontem pelo governador Eduardo Campos (PSB) depois de conversar com a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) deixou claro que a petista está informada das pretensões do PSB. O encontro aconteceu no escritório da transição, no Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, e durou um hora e vinte minutos. No final, o governador garantiu que não colocou na mesa nomes ou cargos, mas disse que voltará a conversar com Dilma na próxima segunda-feira, ou talvez antes, dependendo da agenda dela.


Eduardo Campos (C) com Fernando Haddad: boas relações com ministros do PMDB Foto: Wanderley Pessoa/MEC
A convocação para um novo contato em curto espaço de tempo é uma prova de que Dilma pediu apenas alguns dias para pensar nas reivindicações do PSB. Segundo Eduardo, a presidente eleita reconhece que o partido hoje é uma aliado mais forte do que em 2006. Apesar do crescimento do partido, garantiu que o PSB não deseja mais espaço no governo. ´A questão não é quantitativa. É qualitativa`, observou.

Nos bastidores, no entanto, especula-se que o PSB tem interesses nos ministérios da Integração Nacional e das Cidades, além de cargos no primeiro escalão, a exemplo do BNDES. O deputado federal Ciro Gomes (PSB/SP) é um dos cotados para o cargo. Em Pernambuco, os secretários de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, e de Recursos Hídricos, João Bosco de Almeida, também aparecem na bolsa de apostas.

No encontro com a petista, Eduardo também falou sobre o alinhamento dos partidos aliados. Além disso, ouviu da nova presidente que o PSB terá um papel estratégico na futura administração e que os representantes do partido no Congresso Nacional serão ouvidos sobre as decisões importantes do governo. A petista chegou a elogiar a postura do governador contra a disputa de cargos e afirmou que a escolha dos seus auxiliares seguirá critérios político e técnico. ´A competência técnica deve estar alinhada à questão política. Se o governo não funcionar, não vai agradar a política`, frisou a presidente eleita.

Após o encontro, Eduardo promoveu uma reunião informal com o vice-presidente do PSB, RobertoAmaral, o senador e governador eleito do Espírito Santo, Renato Casagrande e líder do governo na Câmara, Márcio França. Em seguida, participou de um jantar com o presidente Lula (PT), no Palácio do Planalto. Pela manhã, o socialista esteve o ministro da Educação, Fernando Haddad, que liberou R$ 100 milhões para investimentos em escolas de rede estadual de ensino. A maior parte da verba (R$ 60 milhões) será destinada a construção de 11 escolas técnicas em municípios do interior do estado. A primeira parcela dos recursos, R$ 8 milhões, foi liberada ontem. O governador permenece hoje em Brasília. (Rosália Rangel)

Difícil, mesmo, é frear o apetite do PMDB

Os obstáculos que a presidente eleita, Dilma Rousseff, enfrentou para escolher os responsáveis mais diretos pela política econômica do governo são pequenos perto do que está por vir. Na fase em curso, a de escolha dos ministros dos partidos combinada com aqueles cargos em que ela deseja nomear pessoas de sua estrita confiança, Dilma começa enfrentando resistência do PMDB, que não aceita ceder os ministérios das Comunicações e o da Saúde. Isso mesmo que os titulares cotados para as pastas sejam nomes ligados diretamente à presidente Dilma, como o chefe da transição, Antonio Palocci, e o atual ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Mas Dilma, por enquanto, não se mostra disposta a ceder. Ontem, por exemplo, ela se reuniu com o presidente do PSB, Eduardo Campos, considerado na transição como alguém que pode auxiliá-la na operação de enquadramento do PMDB.

Depois que Palocci apareceu cotado para ocupar as Comunicações e Padilha, a pasta da Saúde, os peemedebistas deflagraram a reação. O primeiro movimento visível saiu ontem, da reunião dos governadores na casa do presidente da Câmara, Michel Temer, vice-presidente eleito. Quando lhe foi dada a palavra para falar em nome do PMDB, o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) anunciou que representava naquele momento o bloco PMDB, PP, PR, PTB e PSC.

Para ceder Comunicações ou Saúde, o PMDB deseja uma compensação à altura. Serviria, por exemplo, a Previdência Social, hoje nas mãos do PT. O problema é que a presidente eleita não deseja lotear a Previdência, para onde o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, que terminou fora do Banco Central, também aparece cotado. O vice-presidente eleito, Michel Temer, que tem participado das conversas de escolha de ministros, tem procurado se manter como um conciliador da briga e tentado assumir o papel institucional que lhe cabe no futuro governo. Ainda assim, não deixa de levar à equipe de transição as preocupações de sua legenda.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Lula avisa que não quer orçamento compremetido

BRASÍLIA (AE) - Na reunião do Conselho Político, realizada no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou aos seus aliados que não aceitará propostas de reajustes salariais que comprometam o orçamento. “Não vamos permitir que nenhum projeto de Lei ou de mudança legislativa que cause impacto orçamentário seja aprovado”, disse o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Ele relatou que somente a aprovação do Projeto de Emenda à Cons­tituição (PEC) nº 300 - que institui, en­tre outros pontos, um piso salarial nacional para os policiais militares - causaria um rombo de R$ 43 bilhões.

Padilha disse que Lula pretende discutir o reajuste do salário mínimo com a nova equipe de transição. Ele minimizou as pressões de parlamentares aliados por reajustes de categorias específicas Foi uma reação ao deputado Paulo Pereira da Silva (PDT/SP), o “Paulinho da Força Sindical”, que chegou a dizer que as polícias pretendem fazer uma greve nacional no início do governo Dilma. “Não vamos permitir que os processo de ajuste fiscal responsável seja interrompido”, limitou-se a dizer o ministro.

Padilha afirmou que o Governo pretende levar para votação nas duas ca­sas legislativas projetos de consenso até o dia 17 de dezembro, citando como exemplos os projetos do marco regulatório do pré-sal, o código de aviação regional, a proposta de uso de recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) e o orçamento de 2011. Ele disse que o projeto de liberação dos bingos, defendido por aliados, não tem consenso nem mesmo na base de sustentação do governo.

Relator diz que há como o minimo ser de até R$ 570

BRASÍLIA (Folhapress) - O relator do Orçamento no Congresso, senador Gim Argello (PTB-DF), disse, ontem, que há margem para elevar a R$ 570 o salário mínimo. A afirmação foi feita em reunião fechada do Conselho Político da Presidência, que reúne líderes no Congresso. “Tem margem para aumentar um pouquinho o salário mínimo? Tem. Agora, é o correto fazer isso? Se aumentar para R$ 560, R$ 570, no repique do ano que vem vai bater perto de R$ 700”, disse Argello.
E prosse­­guiu: “É o certo isso? Acho que é o certo. Mas o problema todo é que chegou um abaixo-assinado de mais de 600 prefeituras dizendo que não dá para pagar”. Em favor do aumento intermediário do mínimo, o deputado Sandro Mabel (PR-GO) disse, na reunião: “Quanto mais rico o cara, mais exigente ele fica”. Argello afirmou que recebeu um pedido do ministro da Previdência, Carlos Gabas, para que o reajuste não passe dos R$ 540. Para Lula e a presidente eleita Dilma Rousseff, o mínimo deve ser de R$ 550, em 2011.
O áudio da reunião vazou para jornalistas na sala de imprensa do Planalto, sem que os integrantes do Governo soubessem, e ficou disponível por 50 minutos. Só foi cortado quando Lula entrou. Na mesma reunião, o líder do PDT, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, revelou que policiais militares de todo o País estão articulando uma greve geral no início do governo Dilma, como forma de pressioná-la a garantir piso salarial de R$ 3,2 mil.
Para evitar uma crise no primeiro mês de gestão da petista, o Governo avalia aprovar neste ano a instituição do piso, mas sem definir valor. Essa decisão ficaria para uma lei complementar a ser discutida no Congresso. A insistência de Paulinho pela aprovação do piso aos policiais e bombeiros incomodou Paulo Bernardo, contrário à ideia. O ministro calcula que o impacto anual do piso seria de R$ 43,5 bilhões.
A aprovação da medida, em seu texto original -que estabelece como mínimo o valor de R$ 3,2 mil - segundo Paulo Bernardo, criaria “uma confusão danada”. A PEC 300 é motivo de preocupação para Dilma. Na semana passada, ela fez um apelo ao seu vice e presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB), para que não deixe a emenda passar. Os deputados Sandro Mabel e Jovair Arantes (PTB-GO) também cobraram a liberação de verbas das emendas individuais.
NEGATIVA
Gim Argello negou que trabalhe com o valor para o salário mínimo de R$ 570,00 para o próximo ano. Segundo ele, houve apenas um questionamento ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, se esse valor era factível em 2011. “Não é que eu admiti o valor. Eu dei como exemplo e perguntei ao ministro”, disse Argello, ao chegar para a cerimônia de posse da nova diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Segundo o relator, hoje, o ministro Paulo Bernardo tem uma reunião, em São Paulo, com as centrais sindicais para negociar o porcentual do reajuste, e uma ideia que surgiu nas últimas horas é que seja divulgado um valor para 2011 e já o valor para 2012.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Desabafo na Assembleia

André Campos criticou a ingerência de Ettore Labanca na composição da Mesa Diretora

A bancada governista assistiu em silêncio, ontem, ao desabafo do deputado estadual André Campos (PT) contra as articulações de bastidores para a eleição da mesa diretora da Assembleia Legislativa - marcada para fevereiro de 2011. André usou a tribuna para criticar a interferência externa, a antecipação do debate e a imposição de nomes para os cargos da mesa. O alvo do petista foi o prefeito de São Lourenço da Mata, Ettore Labanca (PSB), mas as críticas e ironias feitas a ele respingaram em dois homens de confiança do governador Eduardo Campos (PSB): o vice-governador João Lyra (PDT) e o prefeito em exercício do Recife, também presidente estadual do PSB, Milton Coelho.

Foto: Rinaldo Marques/Alepe
André Campos falou por cerca de 15 minutos para pontuar as críticas, chegando ao ponto de comparar as atitudes de Ettore às de um ditador. A gota d'água teria sido a divulgação de que o petista teria recuado na disposição de concorrer ao cargo de primeiro- secretário. André garantiu se manter firme na disputa com João Fernando Coutinho (PSB) eabriu o discurso com uma ironia.

´Começo esse discurso lembrando uma música de Chico Buarque, que nós cantávamos na época da ditadura: 'hoje, você é quem manda, falou tá falado, não tem discussão, não.' Hoje, é Ettore quem manda, falou tá falado#`, disparou. ´Essa Casa tem sido surpreendida por várias notícias oriundas do município vizinho de São Lourenço, onde o prefeito de lá tem uma ingerência nunca vista na história dessa Casa`, acrescentou, referindo-se a um almoço organizado por Ettore no final de semana para discutir nomes da mesa diretora. O encontro teria contado com a presença de Lyra e de Coelho.

Segundo André, nem mesmo quando no governo Jarbas Vasconcelos (PMDB), houve interferência como essa. ´Lembro que, em 1999, a liderança do PSDB (partido do qual fazia parte) não me colocou em nenhuma comissão permanente, mas pelo menos foi a liderança do PSDB. Agora o fato é inusitado: é o prefeito de São Lourenço quem decide`, provocou, citando nomes já definidos por Ettore para vários cargos. Nenhum deputado saiu em defesa de Ettore, que está em Portugal. A deputada Teresa Leitão (PT) foi a única da base a falar, mas ela se solidarizou com André Campos.

Diario de Pernambuco
ediçao de quarta feira dia 17 de novembro de 2010

TCE condena contratações

Admissões temporárias em Ouricuri, Pesqueira e Cabo foram feitas sem a realização de concurso público

Quase 1,5 mil contratações temporárias feitas pelas prefeituras de Ouricuri, Pesqueira e Cabo de Santo Agostinho foram consideradas ilegais pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE). A prestação de serviços envolve cargos considerados essenciais ao funcionamento da máquina pública municipal. Entre as funções estão médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, professores e agentes de saúde. A ´degola` é referente a servidores contratados nas gestões do prefeito do Cabo, Lula Cabral, e do ex-prefeitos de Ouricuri, Francisco Muniz Coelho, e de Pesqueira, João Eudes Machado Tenório.

As decisões foram tomadas pelas primeira e segunda câmaras do tribunal e devem ser encaminhadas, nos próximos dias, ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Depois de receber oficialmente o parecer do TCE, os promotores poderão ingressar com denúncias na Justiça contra os gestores públicos. Em casos assim, o MPPE costuma requerer a condenação dos prefeitos e ex-prefeitos por improbidade administrativa, que se acatada judicialmente pode torná-los inelegíveis.

No exemplo de Pesqueira, o conselheiro em exercício e relator do processo, Ruy Ricardo Weyer Harten Júnior, considerou que as 347 contratações temporárias firmadas na gestão de João Eudes, entre 2007 e 2008, afrontaram os princípios da impessoalidade e da igualdade. Isso porque o poder público deixou de realizar o processo seletivo simplificado para a escolha dos servidores. Além de negar o registro dos contratos, o conselheiro determinou a atual gestora municipal de Pesqueira, Cleide Oliveira (PRB), que faça um levantamento da necessidade de realizar um concurso público.

Além de Pesqueira, Ruy Ricardo considerou ilegal as 543 contratações promovidas pelo ex-prefeito de Ouricuri Francisco Muniz Coelho. Segundo o conselheiro, Muniz Coelho usou a contratação temporária como regra e não como exceção como prevê a lei. Por conta dessa irregularidade, as nomeações dos contratados foram consideradas nulas pelo TCE-PE, o que pode acarretar em prejuízos na hora da contagem do tempo para aposentadoria. Segundo Ruy Ricardo, o caso de cada prefeitura deve ser analisado isoladamente. ´É preciso verificar regras para contratações temporárias e as necessidades de cada município`, considerou o conselheiro. A situação do Cabo também foi tida como irregular pelo conselheiro em exercício Ricardo Rios Pereira, que negou o registro legal de 598 contratações.

O prefeito de Ouricuri, Ricardo Ramos (PSDB), garantiu não ter renovado a maioria dos contratos firmados pelo ex-gestor. ´Mantive apenas os agentes de endemias de combate à dengue porque houve um projeto aprovado na Câmara Federal para regularizar a situação desse pessoal e algumas ações estão tramitando na Justiça`, justificou.

Diario de Pernambuco
Edição de quarta-feira, 17 de novembro de 2010

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Estudantes seguem em passeata pela a Conde da Boa Vista e Agamenon

PASSEATA DOS ESTUDANTES

De acordo com a Polícia Militar, o protesto contra o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) chegou a reunir de 400 a 500 pessoas no final da manhã de hoje. Depois de realizarem um ato público na Praça do Derby, os manifestantes seguiram em passeata pela avenida Conde da Boa Vista, que teve duas vias fechadas, rua Dom Bosco e avenida Agamenon Magalhães, voltando para a Praça do Derby.

O ato é coordenado pela União Estadual de Estudantes Secundaristas (Uespe). De acordo com a presidente da entidade, Stephannye Vilela, a Uespe propõe a extinção tanto do Enem quanto do vestibular. Eles denfendem o livre acesso à universidade sem a realização de qualquer processo seletivo. Para isso, a Uespe calcula que seria necessário destinar 10% do produto interno bruto (PIB) para a educação, para que fossem disponilizadas mais universidades e mais vagas nas unidades de ensino superior.

Também participam do protesto estudantes de cursinhos, que acreditam que o Enem poderia ser utilizado após alguns ajustes. Todos concordam com uma posição: pedem mais respeito com a classe estudantil e o fim das irregularidades nos processos de seleção.

Na tarde de ontem, as incertezas ainda deixadas pelo Enem levaram cerca de 100 alunos pernambucanos às ruas do bairro da Boa Vista, no Centro do Recife, durante o segundo protesto em menos de um mês. Pais e filhos, juntos, pediram a anulação total dos testes aplicados na primeira etapa do Enem, realizada em 6 de novembro. A concentração foi no cruzamento da Avenida Conde da Boa Vista com a Rua Dom Bosco, de onde os alunos seguiram em direção à Praça da República, para lembrar o feriado. Durante uma hora o trânsito foi bloqueado. Protesto semelhante está marcado para hoje, as 11h, na Praça do Derby.

Nesta segunda, os alunos pernambucanos recolheram assinaturas dos participantes do ato. A ideia é que o documento seja encaminhado ao Ministério da Educação (MEC) para forçar o órgão a se reunir com os estudantes e discutir as prioridades do exame.

Boa ação duvidosa

Empresas investiram em campanhas de deputados membros de comissões ligadas a ramos que as interessam

Alvos de intenso lobby, deputados federais que integram as comissões temáticas permanentes da Câmara foram patrocinados na campanha por setores com interesse direto em suas decisões. Coincidência ou não, a prestação de contas das eleições de 2010 revela que empresários investiram na campanha de parlamentares que têm nas mãos poder maior de influenciar suas áreas de atividade. Para cientistas políticos, a opção pode encobrir uma expectativa de ´troca de favores` e levanta a discussão sobre o financiamento público de campanhas.

Paulo Piau ganhou R$ 292 mil de uma indústria de carne Foto:Paulo H. Carvalho/CB/D.A Press - 3/6/08
As comissões têm o papel de discutir e votar as propostas de leis que são apresentadas à Câmara. E, por vezes, decidem sem a necessidade de as propostas passarem pelo plenário. Um dos exemplos mais emblemáticos de investimento de empresários em campanha por área de interesse passa pela cobiçada Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento.

Em julho, o grupo atraiu holofotes de todo o país ao aprovar a reforma do Código Florestal. O projeto perdoa, por exemplo, multas de quem desmatou até julho de 2008. Enquanto ambientalistas protestaram contra a decisão, ruralistas comemoraram. Empresários da agroindústria investiram quase R$ 1,3 milhão nas campanhas do presidente da comissão, Jorge Khoury (DEM-BA); do segundo vice-presidente, Marcos Montes (DEM-MG); e do terceiro vice-presidente, Paulo Piau (PMDB-MG).

O deputado federal Paulo Piau diz que pretende continuar na Comissão, não há pressão por favor em troca do financiamento. O deputado federal reeleito Marcos Montes também nega qualquer tipo de favorecimento.

Já o cientista político da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Fábio Wanderley Reis acredita que há relação direta entre investimento de campanha e interesse na atuação legislativa. ´É difícil esperar que o financiador não tenha nenhum interesse em troca da ajuda. A expectativa é de intercâmbio de favor`, comenta.

FONTE: Diario de Pernambuco

Edição de terça-feira, 16 de novembro de 2010

Presidente eleita põe a mão na massa

De volta a Brasília, Dilma começará hoje uma série de reuniões e encontros para definir ministérios

A transição de fato entre os governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff começa a partir de hoje. Até a semana passada, os coordenadores do processo trabalhavam para levantar dados técnicos e as reivindicações de aliados para a composição dos futuros ministérios. A partir desta terça-feira, a presidente eleita receberá representantes de entidades civis, que levarão sugestões para setores como meio ambiente e direitos humanos para os próximos quatro anos. Ela ainda analisará os pedidos de partidos e de aliados por pastas na Esplanada dos Ministérios.

Dutra chega à Granja do Torto para entregar a lista de demanda dos partidos aliados Foto: Breno Fortes/CB/D.A Press
Um dos coordenadores da transição, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, entregou a Dilma, no início da noite de ontem, a lista com os pleitos de todos os presidentes das legendas alinhadas ao Palácio do Planalto. Pouco depois foi a vez de o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) chegar à Granja do Torto. Segundo o parlamentar que também integra a equipe de transição, ele foi´apenas visitar` Dilma, e não tratar de assuntos oficiais.

A presidente eleita chegou a Brasília na tarde de ontem, depois de viajar à Coreia do Sul para a reunião do G-20; para São Paulo, onde visitou o vice-presidente José Alencar; e para Porto Alegre, para encontrar familiares. De carro, foi pela primeira vez à residência oficial da Granja do Torto e não falou com a imprensa. Ela morava em uma casa no Lago Sul e a nova residência dividirá com o Centro Cultural Banco do Brasil o posto de quartel general de Dilma até a posse, em 1° de janeiro. Além dos assessores que a acompanhavam desde o aeroporto, a presidente eleita recebeu somente a visita de Dutra, perto das 19h30, que veio entregar o relatório sobre os postos disputados por aliados.

Dilma deve se reunir hoje com o presidente do PT, além de outros coordenadores da transição, como o vice eleito, Michel Temer, e os deputados federais José Eduardo Cardozo e Antonio Palocci (PT-SP). Os dois últimos já estiveram reunidos com Dilma desde que ela voltou da reunião do G-20, no sábado, e atualizaram a petista sobre questões técnicas e as negociações em torno do Orçamento de 2011. O relatório da proposta orçamentária deve ser votado pela Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional durante a semana.

Assessores próximos da presidente acreditam que ela deve esperar pelo menos mais uma semana para anunciar os primeiros nomes de um futuro ministério. Tido como uma das pastas cortejadas pelo PV, o Meio Ambiente pode não sofrer alterações. A atual ministra, Izabella Teixeira, ganhou força no cargo nos últimos dias por dois fatores: conta com a simpatia de Dilma e é mulher, o que ajudaria na intenção da presidente de manter uma cota mínima de ministérios para as pessoas do sexo feminino

FONTE: Diario de Pernambuco
Edição de terça-feira, 16 de novembro de 2010

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Buscar soluçoes com dialogo


Como dirigente sindical, cada vez mais me convenço de que o dialogo é a melhor forma para se chegar a um bom termo, inclusive nos embates com os adversários. É por meio do dialogo que a nossa categoria, a dos comerciários do Recife, obteve pelo segundo ano consecutivo reajustes muito acima da media de outras categorias profissionais. E

é com esse espírito de conciliação que assumirei em 2011 o meu primeiro mandato na assembléia legislativa de Pernambuco.

Os desafios que teremos pela frente são muitos, pois Pernambuco é um estado carente de tudo, precisando de ações urgentes em educação, saúde, segurança publica, transito...

Nesse sentido, pretendo atuar na assembléia pernambucana com propostas para dar agilidade ao governo do estado no encaminhamento dos projetos que visem à melhoria do atendimento à população em áreas essenciais.

De imediato, a situação dos trabalhadores de uma categoria me preocupa muito, que é a dos motoboys.

Estamos perdendo muitos jovens e o estado é que acaba arcando com o prejuízo. Em sua maioria são trabalhadores de 18 a 25 anos que morrem ou ficam sequelados devido a graves acidentes de transito. Esse quadro alarmante traz à tona outro problema: falta de leitos hospitalares para atender adequadamente não só os acidentados como a população

Em geral.

Assim, a nossa idéia é propor na assembléia alguma atividade educativa para humanizar o transito. Precisamos de um trabalho serio de conscientização no transito para preservar a vida dos nossos jovens. Na área de segurança, pretendo atuar no sentido de que o estado possa receber apoio do governo federal para dar mais tranqüilidade à população. É preciso também encontrar meios para melhorar a remuneração dos policiais, valorizando mais esses profissionais.

Na nossa categoria, as companheiras precisam de creche onde possam deixar seus filhos. Outra situação preocupante no comercio é que elas não podem sentar enquanto

Estão no trabalho, o que causa sérios problemas de circulação, pois, em especial nos shoppings, a jornada diária é de mais de oito horas. São questões que precisam ser discutidas no âmbito da assembléia em busca de soluções que possam valer para todo o estado. Esses são alguns dos problemas que levarei para discussão no legislativo pernambucano.

Já cumpri dois mandatos na Câmara Municipal do Recife, agora fui eleito deputado estadual pelo PMN com 20.182 votos. Na assembléia legislativa, serei o representante dos trabalhadores de todas as categorias, por isso a sintonia com a UGT Nacional e a UGT-PE será de fundamental importância, a fim de poder encaminhar as reais necessidades da população pernambucana.

SEVERINO RAMOS DE SANTANA

deputado estadual - PMN

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Bloco de oposição em busca de espaço

Minoria na Assembleia Legislativa a partir do próximo ano, parte da oposição estadual formou um bloco para conseguir espaços na mesa diretora e nas comissões temáticas da Casa. A decisão foi oficializada pelo DEM, PMDB e PMN, ficando de fora o PSDB e o PV. Os dois últimos fizeram campanha como partidos oposicionistas, mas não fecharam posição sobre os rumos futuros do estado.

Se oficializada a partir de 1º de fevereiro, a formação do bloco pode mudar a composição da mesa diretora que já está praticamente fechada. Uma das alterações, por exemplo, é que oposicionistas poderiam indicar, pelo regimento interno da Casa, o nome para a terceira secretaria, hoje mais cotada para ser ocupada pelo deputado eleito Sebastião Oliveira (PR). Isso porque o bloco teria quatro deputados, um a mais que o PTC e o PR, respectivamente com uma bancada de três parlamentares. São dois do DEM (Maviael Cavalcanti e Tony Gel), um do PMDB (Gustavo Negromonte) e um do PMN (Severino Ramos).

A decisão do bloco oposicionista foi anunciada ontem pelo deputado eleito Gustavo Negromonte. Ele negou que o PSDB tivesse sido excluído por não ter anunciado ainda se será oposição ou governo. De acordo com o peemedebista, não seria vantagem para os tucanos entrarem no bloco, porque a legenda elegeu cinco deputados e já tem direito a uma vaga na mesa, no caso a 2º vice-presidência, e a vagas em comissões temáticas. ´Nosso objetivo é ampliar os espaços e a força política`, explicou Negromonte.

Posicionamento

Único deputado estadual eleito pelo PV, Daniel Coelho acredita não ser o momento de se falar em blocos. Ele se disse que terá um mandato ´independente` - o que significa não ser oposicionista ou governista - mas ressaltou a importância de a oposição discutir seu papel antes de discutir cargos. ´Como será a oposição? Mais radical ou mais ponderada? Não sabemos`, destacou. ´Todos os partidos precisam conversar para definir um papel político. Não adianta estarmos discutindo blocos se a eleição da mesa só acontecerá em fevereiro do próximo ano`, observou.

Cotado para ser 2º vice-presidente da Casa, no lugar de Antônio Moraes (PSDB), o deputado Carlos Santana (PSDB) fez questão de frisar que a legenda tucana não fechou questão sobre o posicionamento político futuro. Ele explicou que já apoiou a reeleição do governador Eduardo Campos (PSB) e vai fazer parte da bancada governista, mesmo que outros tucanos decidam o contrário. O deputado ressaltou, no entanto, que a postura do PSDB vai ser definida pelo senador Sérgio Guerra, presidente nacional da legenda e maior liderança tucana no estado.

Petista engasgado com sucessão na Assembleia

André Campos critica acordo palaciano para manter atual Mesa Diretora

O deputado estadual André Campos (PT) até agora não assimilou a fórmula pronta que chegou do Palácio do Campo das Princesas para reeleger os deputados Guilherme Uchôa (PDT) e João Fernando Coutinho (PSB) - respectivamente favoritos para a Presidência da Assembleia Legislativa e a 1ª secretaria. O petista não questionou o terceiro mandato a ser disputado por Uchôa, justificando que o nome do pedetista é unanimidade na Casa. Mas ratificou a disposição de concorrer ao cargo de João Fernando Coutinho e questionou, pela primeira vez, a interferência de lideranças políticas de fora da Assembleia na eleição da mesa diretora.

André Campos insiste em disputar a primeira secretaria, que controla finanças Foto: Inês Campelo/DP/D.A Press - 12/4/09
Apesar de Guilherme Uchôa e Coutinho terem recebido as bênçãos do governador Eduardo Campos (PSB) desde a semana passada, segundo informações dos próprios governistas, André disse não ter visto a interferência de Eduardo em nenhum momento.

Segundo André Campos, quem mais está se envolvendo na eleição da mesa é o prefeito de São Lourenço, Ettore Labanca, ex-deputado e ex-secretário de Articulação Política. ´Em nenhum momento eu vi Eduardo se metendo em questões da Assembleia. Quem eu vejo (fazendo isso) é o prefeito de São Lourenço. Acho que, por ter sido secretário de Articulação Política, ele se acha no direito de escolher quem vai para os cargos da mesa e para as lideranças`, reclamou.

André Campos disse ter achado esquisito que a escolha dos dois principais cargos da Assembleia tenha sido feita numa reunião com Ettore, Gilberto Rodrigues - atual secretário de Articulação Política -, Guilherme Uchôa, João Fernando Coutinho. ´Acho que assunto de mesa diretora é exclusivamente dos deputados`, declarou.

A opinião de André foi uma exposição pública do que vários deputados falam em reserva. Normalmente o governador interfere na eleição da mesa, para não correr o risco de ver a vitória de uma pessoa que não é de sua confiança. Dessa vez, contudo, a interferência dos caciques partidários na disputa pelos cargos da mesa têm sido geral.

Na última segunda-feira, o senador eleito Armando Monteiro Neto (PTB) reuniu a bancada para botar panos mornos no racha que começava a despontar no PTB entre Izaias Régis (PTB) e Marcantônio Dourado (PTB) pelo cargo de 1º vice-presidente. Izaias saiu da reunião com as pretensões esmorecidas. Amanhã, é a bancada do PSDB que vai se reunir com o presidente estadual da sigla, Evandro Avelar. O encontro será uma forma de colocar o ponto nos is e fechar o nome tucano que vai ocupar a 2ª vice-presidência. O mais cotado até agora é o deputado Carlos Santana (PSDB).

No meio do fogo cruzado, o prefeito de São Lourenço disse ter ficado surpreso com André Campos. ´Não sou coordenador político do governo. Apenas dei um conselho para André Campos, como amigo, dizendo o seguinte: não seja candidato à 1ª secretaria, porque a vaga pertence ao PSB. Mas eu falei como amigo. Lamento que ele venha com essa acusação tão leviana`, frisou Ettore, lembrando que sempre foi muito ligado ao irmão do deputado, o senador Carlos Wilson (que faleceu).

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Encontro surpresa

Candidatos eleitos da (Coligação Pernambuco pode mais) Severino Ramos e Gustavo Negromonte, se encontraram nesta segunda feira para discutir o futuro de Pernambuco.

Governismo no legislativo

Eduardo Campos iniciará novo mandato com o apoio de 39 dos 49 deputados estaduais eleitos

Além de ter sido reeleito com a maior vitória proporcional na corrida pelo Executivo estadual no país, o governador Eduardo Campos (PSB) iniciará o segundo mandato, em 1º de janeiro, estabelecendo uma marca na história recente da Assembleia Legislativa. Pelo menos até onde alcança a memória de deputados veteranos, nunca a Casa esteve tão governista. Oficialmente, são 39 entre 49 parlamentares. No entanto, calcula-se que pelo menos três eleitos por partidos de oposição (do PSDB especificamente) já tenham se inserido no bloco que dirá sim ao Palácio do Campo das Princesas. Só do PSB são 13, o que corresponderá a 1/3 da bancada situacionista. O total garante à sigla, presidida nacionalmente por Eduardo, o status de maior bancada já eleita pelo partido do governador na Casa de Joaquim Nabuco.

Uchoa afirma que nos últimos anos nenhum governador obteve tamanha maioria Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press - 16/04/09
Nos últimos 16 anos, estima o presidente da Assembleia, Guilherme Uchoa (PDT), nenhum um outro governador teve tanto apoio. De acordo com o líder da bancada do governo, Isaltino Nascimento (PT), o ex-governador e hoje senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) chegou a formar um grupo de 35 deputados em 2002, quando iniciava seu segundo governo. Já o antecessor, ex-governador Miguel Arraes - avô de Eduardo, falecido em 2005 - tinha uma base que flutuava entre 27 e 30, de acordo com avaliações de Uchoa. ´Não me lembro de uma bancada maior do que a que apoiará Eduardo nesse segundo mandato`, disse o presidente da Assembleia, que será mantido no cargo depois de dois períodos no comando da Casa.

O governismo no Legislativo estadual não é novidade em Pernambuco, assim como nos demais estados. Mas o aumento da base conseguido por Eduardo entre 2006 e 2010 chama a atenção. De 33 chegou a 39. Um aumento de 12,2%. Ao se somar os que estão se chegando, o avanço corresponde a 18,3%. O crescimento obtido por Eduardo na base na Alepe reflete o salto que ele obteve nas urnas. Em 2006, foi eleito em segundo turno com 65,3% dos votos válidos. Este ano, computou 82,4%.

Tamanho favorecimento do governador pode transformar a Casa num mero posto de legalização de projetos do Executivo. Além disso, a capacidade de questionar, criticar, fiscalizar e apresentar denúncias contra o governo tende a cair. Ou seja, a Assembleia pode ter as funções limitadas por contas do governismo. Uchoa contesta. ´O estado continuará vivendo sua melhor época. O deputado fica feliz quanto o estado cresce`, disse, reforçando o discurso oficial de que o governo expõe suas contas no Portal da Transparência, o que, segundo ele, é o atestado de que a gestão pode ser facilmente fiscalizada.

Ao longo do primeiro mandato, o ´rolo compressor` governista aprovou praticamente todos os projetos enviados pelo Executivo. Apenas um que tratava de crédito suplementar para a área cultural foi derrotado. Mesmo assim, dias depois a própria Casa reenviou o texto e o aprovou sem problemas. O petista, aliás, teve uma atuação bastante antenada com o Palácio e deve ser mantido no cargo para o novo mandato. A reportagem tentou falar com integrantes da oposição, mas não houve retorno. (Josué Nogueira)

Guerra cambial ganha foco de debate

Entenda o que isso quer dizer e como o seu cotidiano pode ser afetado

Nos últimos dias, a discussão é grande quanto à valorização do Real. Queda do Dólar, taxa cambial, produtos importados mais baratos, perda da competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional. O assunto promete permanecer na pauta de debate. Mas, o que tudo isso quer dizer? O que está ocorrendo na economia nacional? Quais são as causas disso? De que maneira o cotidiano das pessoas está sendo afetado?

O professor de Economia Internacional da Faculdade Boa Viagem (FBV) Olímpio Galvão explica que “a taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira, medido de acordo com a moeda nacional. É o mais importante preço de uma economia, pois determina os preços relativos dos produtos exportados e importados”. O regime de taxa cambial adotado pelo Brasil e pela maioria dos países é o da taxa flutuante, isto é, o valor da moeda varia de acordo com a oferta e a demanda.

“O que faz o preço de uma moeda cair é sua abundância. Se tem muito Dólar no mercado, o valor da moeda cai e as outras ficam mais caras em relação a ela”. A maior economia do mundo, os Estados Unidos, está em recessão por causa da crise financeira de 2008 e, por isso, está jogando moeda no mercado. Do outro lado, a China está comprando para também despejar sua moeda. Assim, as outras moedas ficam mais caras, como o Real.

Mas, por que está entrando tanto Dólar no País? Galvão também comenta que, enquanto a maioria das Bolsas de Valores do mundo tiveram prejuízo no ano passado, a do Brasil lucrou mais de 60%. Além disso, a estabilidade política do País faz com que os papéis emitidos aqui sejam seguros. Por fim, temos uma taxa de juros de 10,75%, enquanto nos Estados Unidos (EUA), por exemplo, é menos de 1%. Ou seja, os títulos brasileiros rendem aos investidores mais do que em outros locais. “Diariamente bilhões de dólares entram no Brasil para negociações na Bolsa, principalmente em papéis de curto prazo e de capital volátil. Outras moedas como a libra, o franco suíço e o euro, entram. Mas é o dólar que causa mais efeito, já que os EUA são a maior potência financeira do mundo”.

A notícia é boa para quem? O economista da Tendências Consultoria Integrada André Sacconato explica. “Como os produtos importados ficam mais em conta, os nacionais têm que baixar o preço para competir e não perder as vendas. Com isso, o consumidor compra produtos mais baratos. Além disso, o custo de viagens para outros países está mais atrativo, então o brasileiro está viajando mais para o exterior e gastando mais”. É o que atesta a economista Larissa Nunes, 29 anos. Ela voltou dos Estados Unidos em setembro, após 40 dias viajando pelo país. “Tirei férias e fui visitar amigas que moram lá”. Ela gastou R$ 7 mil com passagens aéreas dentro dos EUA, alimentação e, claro, compras. “Com a queda do dólar, meu poder de compra lá aumentou. Comprei, principalmente, cosméticos e roupas”.

Do lado das empresas, é bom para quem importa, que compra insumos mais baratos. Já as exportadoras são prejudicadas. “Os produtos brasileiros estão perdendo competitividade no mercado internacional, porque estão mais caros com o Real valorizado. As indústrias de bens de consumo não duráveis são as mais afetadas. Elas competem, principalmente, com a China, que tem uma grande produtividade e também está apostando na desvalorização da moeda”.

FONTE: Folha de Pernambuco
Gabriela Lopéz

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Sesc Pernambuco inaugura restaurante voltado para os comerciários

O Serviço Social do Comércio de Pernambuco (Sesc PE) inaugura, nesta sexta-feira (5), às 17h, o Restaurante Seu Xaxá, homenageando o comerciário José Xavier da Silva, mais conhecido como Seu Xaxá, que trabalhou por mais de 20 anos como garçom no tradicional Restaurante Leite. O novo estabelecimento, com capacidade para 700 refeições por dia, entre almoço e jantar, tem a proposta de servir comida brasileira, utilizando temperos tradicionais da culinária nacional, com apresentação contemporânea e sempre buscando o equilíbrio e a saúde.

O restaurante começa a receber o público nesta segunda-feira (8) e vai funcionar diariamente, das 12h às 14h (almoço) e das 17h às 19h (jantar). O almoço inclui sobremesa simples, como frutas e doces regionais, e um copo de suco, sempre priorizando as frutas da época. No almoço, serão oferecidas 3 opções de proteína, alternando as formas de cozimento (grelhado, assado e cozido), além de saladas com molho a parte, 4 preparações de massas (arroz e macarrão), sendo uma delas integral, e um prato vegetariano. No jantar, a prioridade serão os pratos típicos da nossa região, com inhame, macaxeira, cuscuz, tapioca e banana comprida.

Outra prioridade do Sesc Pernambuco foi a de fazer um local adaptado, com acessibilidade e espaço reservado para cadeirantes e idosos. As crianças também têm um espaço para elas, com bancos especiais e cadeirões para bebês. O restaurante Seu Xaxá fica no no Sesc Casa Amarela (Rua Professor José dos Anjos, 1190, Mangabeira).

Com informações da assessoria

Cesta básica sobe R$ 3,44

A cesta básica do Recife ficou R$ 3,44 mais cara no mês de outubro, acréscimo de 1,79% em relação a setembro. É a mesma situação de outras 15 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A pesquisa registrou a maior alta de alimentos em Curitiba (5,78%) e a menor em Manaus (0,23%). A única capital a registrar queda nos preços foi Aracaju, onde houve recuo de 0,67%. O acumulado neste ano é de 14,2%.

No Recife, nos últimos 12 meses, o Dieese verificou um acréscimo de 10,88% no valor da cesta básica, que ficou R$ 19,19 mais cara. Custando R$ 195,64, compromete 41,7% do salário mínimo líquido (após o desconto da Previdência Social). A média nacional deste mesmo indicador foi de 46,53%. No último mês de setembro, a cesta custava R$ 176,45 e comprometia 41,25% do salário mínimo líquido.

Feijão (14,14%), açúcar (8,6%), manteiga (5,13%) e carne (4,33%) tiveram as maiores altas de preços. Inclusive, a carne teve alta em 16 capitais e, no Recife, representa 30% do custo total da cesta. As maiores quedas foram da farinha de mandioca, banana, tomate e arroz.

Uma família de dois adultos e duas crianças no Grande Recife gastou R$ 586,92 com a cesta básica, 1,15 vez o valor do mínimo. O Dieese calculou que a jornada de trabalho necessária para comprar os produtos que compõem a cesta foi de 84 horas e 24 minutos, uma hora e 29 minutos a mais que em setembro passado; 55 minutos a menos, na comparação com outubro/2009. E para suprir todas as necessidades básicas do cidadão, conforme prevê a Constituição, o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 2.132,09, mais de quatro vezes o valor do mínimo em vigor, de acordo com o Dieese. O valor é maior que o apurado em setembro, que foi de 2.047,58.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

População brasileira é de 185,7 milhões, diz Censo 2010; SP atinge 10 mi de habitantes

Os dados iniciais do Censo 2010, publicados nesta quinta-feira no "Diário Oficial da União", mostram que a população brasileira é de 185.712.713 de pessoas. A data de referência do levantamento é 1º de agosto de 2010.

Moradores que não foram recenseados ainda podem agendar entrevista
Após SP, Rio, Salvador e Brasília são as cidades mais populosas
Fraude em cidade do interior de SP obriga recontagem do Censo
Prévia do Censo "encolhe" 220 cidades
IBGE paga "bônus" para recenseador que faz serviço extra em área nobre de SP
Dados preliminares do Censo 2010 apontam envelhecimento da população

Comparado com o Censo 2000, que registrou 169.590.693 de habitantes, o crescimento é de 9,5%. No entanto, o número registrou queda em comparação com as estimativas de população do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), realizadas anualmente, que levam em conta taxas de natalidade, mortalidade e migração.

Em 2009, a estimativa era de que a população brasileira fosse de 191.480.630 de habitantes --o que representa uma queda de 3% no Censo 2010.

O mesmo aconteceu com a contagem do Estado e da cidade de São Paulo, que continuam como os mais populosos do país. De acordo com os dados divulgados pelo Censo 2010, o Estado tem 39.924.091 de habitantes e a cidade, 10.659.386.

Já a projeção de 2009 previa uma população de 41,4 milhões de habitantes para o Estado e 11 milhões para a cidade.

O IBGE repassa anualmente ao TCU (Tribunal de Contas da União) o número de moradores das cidades. Nos anos em que não há Censo, são enviadas as estimativas.

Os dados são usados para embasar os repasses da União, como o FPM (Fundo de Participação dos Municípios), proporcionais ao tamanho da população.

Foram analisados, na coleta para o Censo 2010, os 26 Estados e 5.565 municípios brasileiros, incluindo o Distrito Federal. A população foi recenseada até o dia 31 de outubro de 2010, com a visita a mais de 67 milhões de domicílios.

O IBGE estabeleceu prazo de 20 dias, de 5 a 24 de novembro, para que os interessados apresentem reclamações ao instituto. Moradores que ainda não foram recenseados podem agendar visita de um agente pelo número 0800-7218181 ou pelo link http://www.censo2010.ibge.gov.br/cadastro_nao_recenseado.php.

O instituto informou que os dados ainda passarão por um processo de análise, no qual será feita um processo de "controle de qualidade". Caso sejam verificadas inconsistências, supervisores contratados pelo instituto poderão retornar a alguns domicílios.

O resultado definitivo da contagem da população será divulgado no dia 29.

fonte:CAROLINA LEAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Eduardo afirma que governadores do PSB apoiam volta do imposto

O presidente do PSB, governador de Pernambuco Eduardo Campos, afirmou na manhã desta quinta-feira (4/11) que os governadores do partido apoiam a recriação da CPMF. Campos reclamou que depois da extinção do tributo, os estados têm dificuldades em manter os hospitais públicos. De acordo com ele, uma diária para a manutenção de leito de UTI paga pelo Sistema Único de Saúde (SUS) está em torno de R$ 500.

Os governadores do PSB têm colocado para presidente Luiz Inácio Lula da Silva que há um subfinanciamento da Saúde. "Se for para reestabelecer a CPMF, vamos fazer isso", disse Campos. O governador argumentou que apenas a regulamentação da emenda 29, que garantiria cerca de R$ 30 bilhões para o setor, não é o suficiente para estancar o déficit. Segundo o presidente do PSB, o subfinanciamento da Saúde hoje chega a R$ 51 bilhões.

Os recursos são "insuficientes" afirma ele, acrescentando que o fim da CPMF não trouxe efeito de redução dos custos no mercado.

Na quarta-feira (3/11), em seu primeiro pronunciamento oficial como presidente eleita, Dilma Rousseff mencionou que governadores já se mobilizavam para discutir a volta do tributo. A oposição rebateu a presidente afirmando que a declaração era um subterfúgio, pois os governadores não estavam discutindo o tema. Nesta quinta, a executiva nacional do PSB está reunida em Brasília para discutir a participação do partido no governo Dilma

Do Correio Braziliense

Lojas abrem a partir de domingo dia 14

TATIANA NOTARO
A partir do próximo dia 14 de novembro, o comércio do Centro do Recife começa a funcionar aos domingos para suprir a demanda de vendas desta que é a melhor época do ano para o varejo. De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/Re­cife), Silvio Vasconcelos, além do horário normal, de segunda a sábado, das 9h às 18h, as lojas passam a abrir aos domingos, no horário das 9h às 17h.

Segundo Silvio Vasconcelos, a previsão é de que as vendas registrem crescimento de 15% em relação ao fim do ano passado, com geração de 15 mil vagas tem­porárias, somando as con­tratações realizadas des­de outubro até a previsão de dezembro. No mesmo período de 2009, foram gerados 12 mil empregos temporários - deles, 15% foram efetivados. “Mantemos a mes­ma expectativa de efetivação de temporários para este fim de ano”, disse Vasconcelos.

Para o empresário Fernando Catão, dono da rede de lojas de confecções Cattan, é preciso cautela na ho­ra de mensurar crescimentos. “O Natal de 2009 foi bom e, se neste ano as vendas crescerem entre 5% e 6%, está ótimo. Acredito que o movimento comece a aquecer depois do dia 18 de novembro”, calculou. Catão disse ainda que o quadro de funcionários temporários contradados pela rede já foi fechado. “As contratações deste fim de ano correspondem a 15% a mais que nosso número de funcionários fixos. A nova equipe já está passando por treinamento”, explicou.

Em 2009, as lojas abriram exatamente nessa mesma época e as estimativas da CDL também eram igualmente positivas. Já que o Na­tal de 2008 veio com a recessão econômica, a alta prevista no ano passado também era de 15%, frente aos 8% do ano anterior.

FONTE: FOLHA DE PERNAMBUCO

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Serra diz que deseja que Dilma 'faça bem' ao Brasil


Ele afirmou que respeita a "voz do povo nas ruas".
Tucano afirmou que enfrentou "forças terríveis" durante a campanha.

O candidato do PSDB à Presidência, que perdeu a disputa para a candidata do PT Dilma Rousseff, afirmou na noite deste domingo (31) que deseja que a nova presidente "faça bem" ao Brasil.

"Nós recebemos com respeito e humildade a voz do povo nas ruas. Quero cumprimentar a candidata eleita Dilma Rousseff e desejar que faça bem ao nosso país", afirmou em pronunciamento iniciado pouco depois das 22h30 deste domingo.

José Serra faz pronunciamento em São Paulo
José Serra faz pronunciamento em São Paulo (Foto: Mariana Oliveira/G1)

Ele ainda agradeceu a votação recebida no segundo turno. "Disputei com muito orgulho a Presidência e digo aqui, de coração, quis o povo que não fosse agora, mas sou grato aos 43 milhões e 600 mil de brasileiros e brasileiras que votaram em mim. Muito obrigada a vocês de todo nosso país."

Serra foi aplaudido por correligionários ao chegar em seu comitê de campanha, no centro de São Paulo. Estava no palanque o presidente do PSDB, Sérgio Guerra; o presidente do DEM, Rodrigo Maia; o senador eleito Aloysio Nunes (PSDB); e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

José Serra, de 68 anos, obteve mais de 43,6 milhões de votos (quase 44% dos votos válidos) contra 55,5 milhões da presidente eleita Dilma Rousseff (56%). No primeiro turno, Serra havia obtido 33 milhões de votos contra 47,6 milhões de Dilma.

O candidato tucano afirmou, em seu discurso, que enfrentou durante a campanha "forças terríveis" e agradeceu a militância e coordenação da campanha. "Vim aqui não para falar da frustração, mas da companhia. Nesses meses, quando enfrentamos forças terríveis, vocês construíram uma fortaleza. Consolidaram um campo político em defesa da liberdade e da democracia no país."

Ele também disse que não está dando "adeus" à política após o resultado deste domingo. "Os que nos imaginam derrotados, eu digo que apenas estamos começando uma luta de verdade. Minha mensagem de despedida, nesse momento, não é adeus, é um até logo. (...) A luta continua, viva o Brasil", disse Serra, emocionado.

José Serra afirmou que passou pelos sete meses de campanha com "muita energia". "Foram sete meses desde que saí do governo de São Paulo, de muita energia. E chego hoje, nesta etapa final, com a mesma energia que tive ao longo dos meses. O problema é como dispender essa energia nos próximos dias e semanas."

O candidato ainda citou que dez governadores que o apoiaram foram eleitos. E destacou o governador eleito por São Paulo, Geraldo Alckmin, ao qual chamou de "meu querido companheiro de muitas jornadas."

O tucano votou às 11h30 na capital paulista e afirmou que a alternância de poder faria bem ao Brasil.

Como havia deixado o cargo de governador para tentar a Presidência da República, no momento ele está sem cargo público.

ANP deve anunciar nesta sexta-feira a maior descoberta de petróleo do País

Segundo fontes, o Poço de Libra, na área do pré-sal, deve ser maior do que Tupi, que tem entre 5 e 8 bilhões de barris confirmados.

A Agência Nacional do Petróleo deve anunciar nesta sexta-feira, 29, as estimativas de reservas do poço Libra, que está sendo perfurado no pré-sal da Bacia de Santos.

Segundo fontes, a expectativa é que seja a maior descoberta já anunciada no País, superior a Tupi, da Petrobrás, podendo chegar a 12 bilhões de barris, conforme revelou a Agência Estado.

"Minha expectativa é que amanhã (sexta-feira) teremos novidades", afirmou quinta-feira o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, em rápida entrevista após a cerimônia no Rio que comemorou o início da produção de petróleo na plataforma Cidade de Angra dos Reis, instalada no campo de Tupi. Lima não quis, porém, dar detalhes sobre o anúncio, alegando que a agência necessitava analisar as últimas informações.

A dois dias do segundo turno das eleições, o anúncio da ANP fecha uma semana intensa em eventos no setor de petróleo. Só a Petrobrás promoveu duas inaugurações, uma delas com presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e dois anúncios de patrocínios a projetos sociais e ambientais, gerando críticas sobre o uso eleitoral da empresa.

"Não tem nada a ver", respondeu a diretora da ANP, Magda Chambriard, quando questionada se havia relação entre o anúncio do tamanho de Libra e as eleições. "O mundo não para por conta das eleições", reforçou o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, em entrevista após a inauguração da plataforma de Tupi.

Segundo Lima, até o final da análise dos dados, a ANP mantém o cenário moderado elaborado há dois meses pela consultoria Gaffney, Cline & Associates (GCA), que projeta reservas em até 7,9 bilhões. A própria GCA, porém, tem um cenário otimista no qual aponta até 16 bilhões de barris. Segundo fontes, é possível que o anúncio da ANP fique entre 8 e 12 bilhões de barris.

Indícios — O poço continua em perfuração, disse na quinta-feira Chambriard, o que não impede a agência de anunciar os primeiros resultados. Isso porque já existe uma boa definição do tamanho do reservatório no subsolo e basta confirmar se há petróleo. Um fonte informou que o primeiro alvo, a 6,9 mil metros de profundidade, foi atingido quarta-feira e encontrou indícios líquidos.

Embora esteja sendo perfurada com apoio técnico da Petrobrás, Libra é um poço da União – ou seja, não está em nenhuma área concedida como bloco exploratório de petróleo. O objetivo do governo é leiloar o reservatório na primeira licitação de contratos de partilha para o pré-sal, caso o novo marco regulatório seja aprovado no Congresso. Nesse caso, a Petrobrás teria o benefício de operar a área, com uma participação mínima de 30% no consórcio.

Questionado sobre a possibilidade de operar as reservas, Gabrielli, disse que ainda é cedo para qualquer comentário. "É um poço que pertence ao País, é um poço que pertence à União. Não podemos saber ainda o que a União vai fazer", afirmou, em entrevista coletiva, também após a cerimônia de Tupi.

A área de Libra está localizada a 32 quilômetros do poço de Franco, primeira descoberta do pré-sal feita pela ANP, que foi vendida à Petrobrás como parte do projeto de capitalização. O novo poço está próximo aos blocos exploratórios BS-4, operado pela Shell, e BM-S-45, operado pela Petrobrás em parceria com a Shell. Há grandes chances de a megarreserva se estender para esses dois blocos. Nesse caso, os concessionários de cada área terão que negociar entre si a divisão do petróleo.

Segundo uma fonte, o cenário moderador da GCA, com projeção de 7,9 bilhões de barris, é conservador, uma vez que considera que só 13% do petróleo do reservatório pode ser recuperado. Ou seja, o campo teria, ao todo, 60 bilhões de barris no subsolo, dos quais apenas 7,9 bilhões podem ser retirados.

A Petrobrás, porém, trabalha com uma taxa entre 20% e 25% para as suas descobertas do pré-sal, como Tupi. (Estado)