quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Dilma decide até segunda pleitos de Eduardo

Governador encontrou-se ontem com a presidenta eleita e reforçou oferta de apoio político

Abola agora está com ela`. A frase dita ontem pelo governador Eduardo Campos (PSB) depois de conversar com a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) deixou claro que a petista está informada das pretensões do PSB. O encontro aconteceu no escritório da transição, no Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, e durou um hora e vinte minutos. No final, o governador garantiu que não colocou na mesa nomes ou cargos, mas disse que voltará a conversar com Dilma na próxima segunda-feira, ou talvez antes, dependendo da agenda dela.


Eduardo Campos (C) com Fernando Haddad: boas relações com ministros do PMDB Foto: Wanderley Pessoa/MEC
A convocação para um novo contato em curto espaço de tempo é uma prova de que Dilma pediu apenas alguns dias para pensar nas reivindicações do PSB. Segundo Eduardo, a presidente eleita reconhece que o partido hoje é uma aliado mais forte do que em 2006. Apesar do crescimento do partido, garantiu que o PSB não deseja mais espaço no governo. ´A questão não é quantitativa. É qualitativa`, observou.

Nos bastidores, no entanto, especula-se que o PSB tem interesses nos ministérios da Integração Nacional e das Cidades, além de cargos no primeiro escalão, a exemplo do BNDES. O deputado federal Ciro Gomes (PSB/SP) é um dos cotados para o cargo. Em Pernambuco, os secretários de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, e de Recursos Hídricos, João Bosco de Almeida, também aparecem na bolsa de apostas.

No encontro com a petista, Eduardo também falou sobre o alinhamento dos partidos aliados. Além disso, ouviu da nova presidente que o PSB terá um papel estratégico na futura administração e que os representantes do partido no Congresso Nacional serão ouvidos sobre as decisões importantes do governo. A petista chegou a elogiar a postura do governador contra a disputa de cargos e afirmou que a escolha dos seus auxiliares seguirá critérios político e técnico. ´A competência técnica deve estar alinhada à questão política. Se o governo não funcionar, não vai agradar a política`, frisou a presidente eleita.

Após o encontro, Eduardo promoveu uma reunião informal com o vice-presidente do PSB, RobertoAmaral, o senador e governador eleito do Espírito Santo, Renato Casagrande e líder do governo na Câmara, Márcio França. Em seguida, participou de um jantar com o presidente Lula (PT), no Palácio do Planalto. Pela manhã, o socialista esteve o ministro da Educação, Fernando Haddad, que liberou R$ 100 milhões para investimentos em escolas de rede estadual de ensino. A maior parte da verba (R$ 60 milhões) será destinada a construção de 11 escolas técnicas em municípios do interior do estado. A primeira parcela dos recursos, R$ 8 milhões, foi liberada ontem. O governador permenece hoje em Brasília. (Rosália Rangel)

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