ARTHUR CUNHA e MANOEL GUIMARÃES
O governador reeleito Eduardo Campos (PSB) anunciou ontem o primeiro escalão do seu futuro governo. Dos 28 secretários que tomarão posse no próximo dia 2 de janeiro, 20 são da cota do socialista; portanto, o maior contemplado. Essas foram escolhas pessoais de Eduardo, com a anuência do PSB, que não tiveram de ser chanceladas por nenhum dos outros 14 partidos que formam a Frente Popular. O chamado “núcleo duro” passou por um rodízio, mas continua ocupando os postos chave e com a mesma influência junto ao chefe. O PT foi aparentemente o maior beneficiado entre os aliados porque terminou com três secretarias grandes. Mas os escolhidos são ligados ao governador, o que, na prática, aumenta sua influência sobre os petistas.
As outras siglas que integravam o primeiro escalão - PSB, PR e PCdoB - também passaram pelo rodízio. O PP ingressou no governo e o PTB retornou ao primeiro escalão. Já o PDT perdeu seu espaço no secretariado. São 19 técnicos e nove políticos. A cota de mulheres subiu para quatro. Dois federais e quatro estaduais foram convocados, o que abrirá espaço para suplentes na Câmara e na Assembleia. A tão falada verticalização só ocorreu na Secretaria de Governo, cujo equivalente nacional, o Ministério das Relações Instituicionais, também ficou com o PT.
Cogitado para o Ministério da presidente eleita Dilma Rousseff, o deputado Maurício Rands (PT) teve que se contentar em deixar Brasília e assumir a Secretaria de Governo. Será uma espécie de embaixador da gestão no trato com prefeitos, deputados, governadores e ministros. Do ponto de vista de estrutura, porém, a secretaria ainda é uma incógnita. Ainda nem foi definido o local onde a pasta atuará. Ao contrário do que se especulava, ela não será “bombada” com outras secretarias-executivas e programas.
Mesmo tendo participado de todas as discussões, o deputado eleito João Paulo (PT) saiu enfraquecido porque não indicou nenhum secretário. O prefeito João da Costa emplacou o titular da Cultura: Fernando Duarte. Também designará o próximo presidente da Fundarpe, que volta a responder à secretaria. Com exceção de Renato Thiebaut, que continua na Chefia de Gabinete, o núcleo duro entrou na dança das cadeiras. Geraldo Júlio, Paulo Câmara, Danilo Cabral, Sileno Guedes, Ricardo Dantas e Ricardo Leitão foram remanejados dentro do primeiro escalão.
Eduardo Campos classificou seus novos asuxiliares como uma equipe com experiência, que respeita a meritocracia, conhecedora da máquina estatal e da sua forma de trabalhar. Também exaltou a consciência política e a capacidade de fazer dos escolhidos. “Procuramos montar uma equipe que espelhasse o conjunto da frente. Todos os partidos me deixaram inteiramente à vontade. Tanto é que vocês não viram nenhum problema. Nós resolvermos antes do tempo”, argumentou.
De acordo com o governador, “a principal cobrança será por resultado”. “Aqui temos um modelo de gestão com metas bem claras. Vamos seguir buscando essas metas; um governo que tem uma estratégia bem definida, um programa. Não são políticas de secretarias; são políticas de governo”, destacou Eduardo, que justificou o rodízio como uma forma de oxigenar a gestão.
Fonte: Folha de Pernambuco
Data:28/12/2010
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