O deputado estadual André Campos (PT) até agora não assimilou a fórmula pronta que chegou do Palácio do Campo das Princesas para reeleger os deputados Guilherme Uchôa (PDT) e João Fernando Coutinho (PSB) - respectivamente favoritos para a Presidência da Assembleia Legislativa e a 1ª secretaria. O petista não questionou o terceiro mandato a ser disputado por Uchôa, justificando que o nome do pedetista é unanimidade na Casa. Mas ratificou a disposição de concorrer ao cargo de João Fernando Coutinho e questionou, pela primeira vez, a interferência de lideranças políticas de fora da Assembleia na eleição da mesa diretora.
André Campos insiste em disputar a primeira secretaria, que controla finanças Foto: Inês Campelo/DP/D.A Press - 12/4/09
Apesar de Guilherme Uchôa e Coutinho terem recebido as bênçãos do governador Eduardo Campos (PSB) desde a semana passada, segundo informações dos próprios governistas, André disse não ter visto a interferência de Eduardo em nenhum momento.Segundo André Campos, quem mais está se envolvendo na eleição da mesa é o prefeito de São Lourenço, Ettore Labanca, ex-deputado e ex-secretário de Articulação Política. ´Em nenhum momento eu vi Eduardo se metendo em questões da Assembleia. Quem eu vejo (fazendo isso) é o prefeito de São Lourenço. Acho que, por ter sido secretário de Articulação Política, ele se acha no direito de escolher quem vai para os cargos da mesa e para as lideranças`, reclamou.
André Campos disse ter achado esquisito que a escolha dos dois principais cargos da Assembleia tenha sido feita numa reunião com Ettore, Gilberto Rodrigues - atual secretário de Articulação Política -, Guilherme Uchôa, João Fernando Coutinho. ´Acho que assunto de mesa diretora é exclusivamente dos deputados`, declarou.
A opinião de André foi uma exposição pública do que vários deputados falam em reserva. Normalmente o governador interfere na eleição da mesa, para não correr o risco de ver a vitória de uma pessoa que não é de sua confiança. Dessa vez, contudo, a interferência dos caciques partidários na disputa pelos cargos da mesa têm sido geral.
Na última segunda-feira, o senador eleito Armando Monteiro Neto (PTB) reuniu a bancada para botar panos mornos no racha que começava a despontar no PTB entre Izaias Régis (PTB) e Marcantônio Dourado (PTB) pelo cargo de 1º vice-presidente. Izaias saiu da reunião com as pretensões esmorecidas. Amanhã, é a bancada do PSDB que vai se reunir com o presidente estadual da sigla, Evandro Avelar. O encontro será uma forma de colocar o ponto nos is e fechar o nome tucano que vai ocupar a 2ª vice-presidência. O mais cotado até agora é o deputado Carlos Santana (PSDB).
No meio do fogo cruzado, o prefeito de São Lourenço disse ter ficado surpreso com André Campos. ´Não sou coordenador político do governo. Apenas dei um conselho para André Campos, como amigo, dizendo o seguinte: não seja candidato à 1ª secretaria, porque a vaga pertence ao PSB. Mas eu falei como amigo. Lamento que ele venha com essa acusação tão leviana`, frisou Ettore, lembrando que sempre foi muito ligado ao irmão do deputado, o senador Carlos Wilson (que faleceu).
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