sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Buscar soluçoes com dialogo


Como dirigente sindical, cada vez mais me convenço de que o dialogo é a melhor forma para se chegar a um bom termo, inclusive nos embates com os adversários. É por meio do dialogo que a nossa categoria, a dos comerciários do Recife, obteve pelo segundo ano consecutivo reajustes muito acima da media de outras categorias profissionais. E

é com esse espírito de conciliação que assumirei em 2011 o meu primeiro mandato na assembléia legislativa de Pernambuco.

Os desafios que teremos pela frente são muitos, pois Pernambuco é um estado carente de tudo, precisando de ações urgentes em educação, saúde, segurança publica, transito...

Nesse sentido, pretendo atuar na assembléia pernambucana com propostas para dar agilidade ao governo do estado no encaminhamento dos projetos que visem à melhoria do atendimento à população em áreas essenciais.

De imediato, a situação dos trabalhadores de uma categoria me preocupa muito, que é a dos motoboys.

Estamos perdendo muitos jovens e o estado é que acaba arcando com o prejuízo. Em sua maioria são trabalhadores de 18 a 25 anos que morrem ou ficam sequelados devido a graves acidentes de transito. Esse quadro alarmante traz à tona outro problema: falta de leitos hospitalares para atender adequadamente não só os acidentados como a população

Em geral.

Assim, a nossa idéia é propor na assembléia alguma atividade educativa para humanizar o transito. Precisamos de um trabalho serio de conscientização no transito para preservar a vida dos nossos jovens. Na área de segurança, pretendo atuar no sentido de que o estado possa receber apoio do governo federal para dar mais tranqüilidade à população. É preciso também encontrar meios para melhorar a remuneração dos policiais, valorizando mais esses profissionais.

Na nossa categoria, as companheiras precisam de creche onde possam deixar seus filhos. Outra situação preocupante no comercio é que elas não podem sentar enquanto

Estão no trabalho, o que causa sérios problemas de circulação, pois, em especial nos shoppings, a jornada diária é de mais de oito horas. São questões que precisam ser discutidas no âmbito da assembléia em busca de soluções que possam valer para todo o estado. Esses são alguns dos problemas que levarei para discussão no legislativo pernambucano.

Já cumpri dois mandatos na Câmara Municipal do Recife, agora fui eleito deputado estadual pelo PMN com 20.182 votos. Na assembléia legislativa, serei o representante dos trabalhadores de todas as categorias, por isso a sintonia com a UGT Nacional e a UGT-PE será de fundamental importância, a fim de poder encaminhar as reais necessidades da população pernambucana.

SEVERINO RAMOS DE SANTANA

deputado estadual - PMN

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Bloco de oposição em busca de espaço

Minoria na Assembleia Legislativa a partir do próximo ano, parte da oposição estadual formou um bloco para conseguir espaços na mesa diretora e nas comissões temáticas da Casa. A decisão foi oficializada pelo DEM, PMDB e PMN, ficando de fora o PSDB e o PV. Os dois últimos fizeram campanha como partidos oposicionistas, mas não fecharam posição sobre os rumos futuros do estado.

Se oficializada a partir de 1º de fevereiro, a formação do bloco pode mudar a composição da mesa diretora que já está praticamente fechada. Uma das alterações, por exemplo, é que oposicionistas poderiam indicar, pelo regimento interno da Casa, o nome para a terceira secretaria, hoje mais cotada para ser ocupada pelo deputado eleito Sebastião Oliveira (PR). Isso porque o bloco teria quatro deputados, um a mais que o PTC e o PR, respectivamente com uma bancada de três parlamentares. São dois do DEM (Maviael Cavalcanti e Tony Gel), um do PMDB (Gustavo Negromonte) e um do PMN (Severino Ramos).

A decisão do bloco oposicionista foi anunciada ontem pelo deputado eleito Gustavo Negromonte. Ele negou que o PSDB tivesse sido excluído por não ter anunciado ainda se será oposição ou governo. De acordo com o peemedebista, não seria vantagem para os tucanos entrarem no bloco, porque a legenda elegeu cinco deputados e já tem direito a uma vaga na mesa, no caso a 2º vice-presidência, e a vagas em comissões temáticas. ´Nosso objetivo é ampliar os espaços e a força política`, explicou Negromonte.

Posicionamento

Único deputado estadual eleito pelo PV, Daniel Coelho acredita não ser o momento de se falar em blocos. Ele se disse que terá um mandato ´independente` - o que significa não ser oposicionista ou governista - mas ressaltou a importância de a oposição discutir seu papel antes de discutir cargos. ´Como será a oposição? Mais radical ou mais ponderada? Não sabemos`, destacou. ´Todos os partidos precisam conversar para definir um papel político. Não adianta estarmos discutindo blocos se a eleição da mesa só acontecerá em fevereiro do próximo ano`, observou.

Cotado para ser 2º vice-presidente da Casa, no lugar de Antônio Moraes (PSDB), o deputado Carlos Santana (PSDB) fez questão de frisar que a legenda tucana não fechou questão sobre o posicionamento político futuro. Ele explicou que já apoiou a reeleição do governador Eduardo Campos (PSB) e vai fazer parte da bancada governista, mesmo que outros tucanos decidam o contrário. O deputado ressaltou, no entanto, que a postura do PSDB vai ser definida pelo senador Sérgio Guerra, presidente nacional da legenda e maior liderança tucana no estado.

Petista engasgado com sucessão na Assembleia

André Campos critica acordo palaciano para manter atual Mesa Diretora

O deputado estadual André Campos (PT) até agora não assimilou a fórmula pronta que chegou do Palácio do Campo das Princesas para reeleger os deputados Guilherme Uchôa (PDT) e João Fernando Coutinho (PSB) - respectivamente favoritos para a Presidência da Assembleia Legislativa e a 1ª secretaria. O petista não questionou o terceiro mandato a ser disputado por Uchôa, justificando que o nome do pedetista é unanimidade na Casa. Mas ratificou a disposição de concorrer ao cargo de João Fernando Coutinho e questionou, pela primeira vez, a interferência de lideranças políticas de fora da Assembleia na eleição da mesa diretora.

André Campos insiste em disputar a primeira secretaria, que controla finanças Foto: Inês Campelo/DP/D.A Press - 12/4/09
Apesar de Guilherme Uchôa e Coutinho terem recebido as bênçãos do governador Eduardo Campos (PSB) desde a semana passada, segundo informações dos próprios governistas, André disse não ter visto a interferência de Eduardo em nenhum momento.

Segundo André Campos, quem mais está se envolvendo na eleição da mesa é o prefeito de São Lourenço, Ettore Labanca, ex-deputado e ex-secretário de Articulação Política. ´Em nenhum momento eu vi Eduardo se metendo em questões da Assembleia. Quem eu vejo (fazendo isso) é o prefeito de São Lourenço. Acho que, por ter sido secretário de Articulação Política, ele se acha no direito de escolher quem vai para os cargos da mesa e para as lideranças`, reclamou.

André Campos disse ter achado esquisito que a escolha dos dois principais cargos da Assembleia tenha sido feita numa reunião com Ettore, Gilberto Rodrigues - atual secretário de Articulação Política -, Guilherme Uchôa, João Fernando Coutinho. ´Acho que assunto de mesa diretora é exclusivamente dos deputados`, declarou.

A opinião de André foi uma exposição pública do que vários deputados falam em reserva. Normalmente o governador interfere na eleição da mesa, para não correr o risco de ver a vitória de uma pessoa que não é de sua confiança. Dessa vez, contudo, a interferência dos caciques partidários na disputa pelos cargos da mesa têm sido geral.

Na última segunda-feira, o senador eleito Armando Monteiro Neto (PTB) reuniu a bancada para botar panos mornos no racha que começava a despontar no PTB entre Izaias Régis (PTB) e Marcantônio Dourado (PTB) pelo cargo de 1º vice-presidente. Izaias saiu da reunião com as pretensões esmorecidas. Amanhã, é a bancada do PSDB que vai se reunir com o presidente estadual da sigla, Evandro Avelar. O encontro será uma forma de colocar o ponto nos is e fechar o nome tucano que vai ocupar a 2ª vice-presidência. O mais cotado até agora é o deputado Carlos Santana (PSDB).

No meio do fogo cruzado, o prefeito de São Lourenço disse ter ficado surpreso com André Campos. ´Não sou coordenador político do governo. Apenas dei um conselho para André Campos, como amigo, dizendo o seguinte: não seja candidato à 1ª secretaria, porque a vaga pertence ao PSB. Mas eu falei como amigo. Lamento que ele venha com essa acusação tão leviana`, frisou Ettore, lembrando que sempre foi muito ligado ao irmão do deputado, o senador Carlos Wilson (que faleceu).

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Encontro surpresa

Candidatos eleitos da (Coligação Pernambuco pode mais) Severino Ramos e Gustavo Negromonte, se encontraram nesta segunda feira para discutir o futuro de Pernambuco.

Governismo no legislativo

Eduardo Campos iniciará novo mandato com o apoio de 39 dos 49 deputados estaduais eleitos

Além de ter sido reeleito com a maior vitória proporcional na corrida pelo Executivo estadual no país, o governador Eduardo Campos (PSB) iniciará o segundo mandato, em 1º de janeiro, estabelecendo uma marca na história recente da Assembleia Legislativa. Pelo menos até onde alcança a memória de deputados veteranos, nunca a Casa esteve tão governista. Oficialmente, são 39 entre 49 parlamentares. No entanto, calcula-se que pelo menos três eleitos por partidos de oposição (do PSDB especificamente) já tenham se inserido no bloco que dirá sim ao Palácio do Campo das Princesas. Só do PSB são 13, o que corresponderá a 1/3 da bancada situacionista. O total garante à sigla, presidida nacionalmente por Eduardo, o status de maior bancada já eleita pelo partido do governador na Casa de Joaquim Nabuco.

Uchoa afirma que nos últimos anos nenhum governador obteve tamanha maioria Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press - 16/04/09
Nos últimos 16 anos, estima o presidente da Assembleia, Guilherme Uchoa (PDT), nenhum um outro governador teve tanto apoio. De acordo com o líder da bancada do governo, Isaltino Nascimento (PT), o ex-governador e hoje senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) chegou a formar um grupo de 35 deputados em 2002, quando iniciava seu segundo governo. Já o antecessor, ex-governador Miguel Arraes - avô de Eduardo, falecido em 2005 - tinha uma base que flutuava entre 27 e 30, de acordo com avaliações de Uchoa. ´Não me lembro de uma bancada maior do que a que apoiará Eduardo nesse segundo mandato`, disse o presidente da Assembleia, que será mantido no cargo depois de dois períodos no comando da Casa.

O governismo no Legislativo estadual não é novidade em Pernambuco, assim como nos demais estados. Mas o aumento da base conseguido por Eduardo entre 2006 e 2010 chama a atenção. De 33 chegou a 39. Um aumento de 12,2%. Ao se somar os que estão se chegando, o avanço corresponde a 18,3%. O crescimento obtido por Eduardo na base na Alepe reflete o salto que ele obteve nas urnas. Em 2006, foi eleito em segundo turno com 65,3% dos votos válidos. Este ano, computou 82,4%.

Tamanho favorecimento do governador pode transformar a Casa num mero posto de legalização de projetos do Executivo. Além disso, a capacidade de questionar, criticar, fiscalizar e apresentar denúncias contra o governo tende a cair. Ou seja, a Assembleia pode ter as funções limitadas por contas do governismo. Uchoa contesta. ´O estado continuará vivendo sua melhor época. O deputado fica feliz quanto o estado cresce`, disse, reforçando o discurso oficial de que o governo expõe suas contas no Portal da Transparência, o que, segundo ele, é o atestado de que a gestão pode ser facilmente fiscalizada.

Ao longo do primeiro mandato, o ´rolo compressor` governista aprovou praticamente todos os projetos enviados pelo Executivo. Apenas um que tratava de crédito suplementar para a área cultural foi derrotado. Mesmo assim, dias depois a própria Casa reenviou o texto e o aprovou sem problemas. O petista, aliás, teve uma atuação bastante antenada com o Palácio e deve ser mantido no cargo para o novo mandato. A reportagem tentou falar com integrantes da oposição, mas não houve retorno. (Josué Nogueira)

Guerra cambial ganha foco de debate

Entenda o que isso quer dizer e como o seu cotidiano pode ser afetado

Nos últimos dias, a discussão é grande quanto à valorização do Real. Queda do Dólar, taxa cambial, produtos importados mais baratos, perda da competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional. O assunto promete permanecer na pauta de debate. Mas, o que tudo isso quer dizer? O que está ocorrendo na economia nacional? Quais são as causas disso? De que maneira o cotidiano das pessoas está sendo afetado?

O professor de Economia Internacional da Faculdade Boa Viagem (FBV) Olímpio Galvão explica que “a taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira, medido de acordo com a moeda nacional. É o mais importante preço de uma economia, pois determina os preços relativos dos produtos exportados e importados”. O regime de taxa cambial adotado pelo Brasil e pela maioria dos países é o da taxa flutuante, isto é, o valor da moeda varia de acordo com a oferta e a demanda.

“O que faz o preço de uma moeda cair é sua abundância. Se tem muito Dólar no mercado, o valor da moeda cai e as outras ficam mais caras em relação a ela”. A maior economia do mundo, os Estados Unidos, está em recessão por causa da crise financeira de 2008 e, por isso, está jogando moeda no mercado. Do outro lado, a China está comprando para também despejar sua moeda. Assim, as outras moedas ficam mais caras, como o Real.

Mas, por que está entrando tanto Dólar no País? Galvão também comenta que, enquanto a maioria das Bolsas de Valores do mundo tiveram prejuízo no ano passado, a do Brasil lucrou mais de 60%. Além disso, a estabilidade política do País faz com que os papéis emitidos aqui sejam seguros. Por fim, temos uma taxa de juros de 10,75%, enquanto nos Estados Unidos (EUA), por exemplo, é menos de 1%. Ou seja, os títulos brasileiros rendem aos investidores mais do que em outros locais. “Diariamente bilhões de dólares entram no Brasil para negociações na Bolsa, principalmente em papéis de curto prazo e de capital volátil. Outras moedas como a libra, o franco suíço e o euro, entram. Mas é o dólar que causa mais efeito, já que os EUA são a maior potência financeira do mundo”.

A notícia é boa para quem? O economista da Tendências Consultoria Integrada André Sacconato explica. “Como os produtos importados ficam mais em conta, os nacionais têm que baixar o preço para competir e não perder as vendas. Com isso, o consumidor compra produtos mais baratos. Além disso, o custo de viagens para outros países está mais atrativo, então o brasileiro está viajando mais para o exterior e gastando mais”. É o que atesta a economista Larissa Nunes, 29 anos. Ela voltou dos Estados Unidos em setembro, após 40 dias viajando pelo país. “Tirei férias e fui visitar amigas que moram lá”. Ela gastou R$ 7 mil com passagens aéreas dentro dos EUA, alimentação e, claro, compras. “Com a queda do dólar, meu poder de compra lá aumentou. Comprei, principalmente, cosméticos e roupas”.

Do lado das empresas, é bom para quem importa, que compra insumos mais baratos. Já as exportadoras são prejudicadas. “Os produtos brasileiros estão perdendo competitividade no mercado internacional, porque estão mais caros com o Real valorizado. As indústrias de bens de consumo não duráveis são as mais afetadas. Elas competem, principalmente, com a China, que tem uma grande produtividade e também está apostando na desvalorização da moeda”.

FONTE: Folha de Pernambuco
Gabriela Lopéz