quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

PMN fecha com o PSDB na Alepe


RENATA BEZERRA DE MELO
Fiel da balança na queda-de-braço entre DEM e PSDB na Assembleia Legislativa para definir quem indicará o líder da bancada de oposição, o PMN bateu o martelo, ontem, sobre quem apoiará. No lugar de fortalecer os planos do DEM e do PMDB de avalizarem o deputado estadual Tony Gel (DEM) como líder, a sigla decidiu integrar o bloco idealizado pelos tucanos e pelo verde Daniel Coelho, deputado cotado para assumir a liderança oposicionista.

Houve uma reunião na sede do PMN para discutir o assunto e transmitir ao deputado estadual Severino Ramos (PMN) a orientação de seguir o mesmo alinhamento que o partido mantém a nível nacional com o PSDB e PPS. Foi quando o parlamentar, que havia assumido compromisso com Tony Gel e com o deputado Gustavo Negromonte (PMDB) de compor uma frente com eles, voltou atrás. “Sou partidário. Vou seguir o que o partido determinar. A gente tinha conversado com o pessoal do DEM. Mas não tinha noção da orientação partidária. Hoje (ontem), teve reunião, fiquei ciente de que, como um bom soldado, tinha que seguir a orientação. Vou apoiar o bloco entre PSDB e PV com Daniel Coelho para a liderança. Não posso fugir da linha partidária”, justificou Ramos.

Preliminarmente, segundo ele, pensara que a aliança com o DEM e o PMDB seria viável “por uma questão de espaço político”. A mudança praticamente anula as chances do DEM de brigar pela liderança. Os democratas estavam confiantes no Regimento Interno, o qual classificaram de “muito claro” ao determinar que o líder da oposição seria indicado pelos líderes dos partidos oposicionistas. Caso fossem somados DEM, PMDB e PMN, os democratas teriam vantagem para validar Tony Gel. Já os tucanos (com cinco deputados) defendiam que a prática, na Casa, sempre foi de a sigla com maior quantidade de membros ter prioridade.

Cotado para líder, Tony Gel (DEM) disse receber com “surpresa” a reviravolta de Ramos. “Ele havia me dito que já perdeu dois mandatos por questão de palavra e que não voltaria atrás”, recordeu Gel. Com isso, DEM e PSDB ficam ainda mais distantes. “O que se sabe é que alguns deputados do PSDB votaram o tempo todo com o Governo e outros declararam que não farão oposição e isso é público e notório”, disparou Tony Gel ao explicar o porquê de o DEM ter se aglutinado com o PMDB e PMN antes que o PSDB tomasse a frente.
Fonte: Folha de Pernambuco
Data:29/12/2010

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Secretariado é "a cara" de Eduardo

Vinte das 28 pastas são da cota pessoal de Campos, que cobrará resultados


ARTHUR CUNHA e MANOEL GUIMARÃES
O governador reeleito Eduardo Campos (PSB) anunciou ontem o primeiro escalão do seu futuro governo. Dos 28 secretários que tomarão posse no próximo dia 2 de janeiro, 20 são da cota do socialista; portanto, o maior contemplado. Essas foram escolhas pessoais de Eduardo, com a anuência do PSB, que não tiveram de ser chanceladas por nenhum dos outros 14 partidos que formam a Frente Popular. O chamado “núcleo duro” passou por um rodízio, mas continua ocupando os postos chave e com a mesma influência junto ao chefe. O PT foi aparentemente o maior beneficiado entre os aliados porque terminou com três secretarias grandes. Mas os escolhidos são ligados ao governador, o que, na prática, aumenta sua influência sobre os petistas.

As outras siglas que integravam o primeiro escalão - PSB, PR e PCdoB - também passaram pelo rodízio. O PP ingressou no governo e o PTB retornou ao primeiro escalão. Já o PDT perdeu seu espaço no secretariado. São 19 técnicos e nove políticos. A cota de mulheres subiu para quatro. Dois federais e quatro estaduais foram convocados, o que abrirá espaço para suplentes na Câmara e na Assembleia. A tão falada verticalização só ocorreu na Secretaria de Governo, cujo equivalente nacional, o Minis­tério das Relações Instituicionais, também ficou com o PT.

Cogitado para o Ministério da presidente eleita Dilma Rousseff, o deputado Maurício Rands (PT) teve que se contentar em deixar Brasília e assumir a Secretaria de Governo. Será uma espécie de embaixador da gestão no trato com prefeitos, deputados, governadores e ministros. Do ponto de vista de estrutura, porém, a secretaria ainda é uma incógnita. Ainda nem foi definido o local onde a pasta atuará. Ao contrário do que se especulava, ela não será “bombada” com outras secretarias-executivas e programas.

Mesmo tendo participado de todas as discussões, o deputado eleito João Paulo (PT) saiu enfraquecido porque não indicou nenhum secretário. O prefeito João da Costa emplacou o titular da Cultura: Fernando Duarte. Também designará o próximo presidente da Fundarpe, que volta a responder à secretaria. Com exceção de Renato Thiebaut, que continua na Chefia de Gabinete, o núcleo duro entrou na dança das cadeiras. Geraldo Júlio, Paulo Câmara, Danilo Cabral, Sileno Guedes, Ricardo Dantas e Ricardo Leitão foram remanejados dentro do primeiro escalão.

Eduardo Campos classificou seus novos asuxiliares como uma equipe com experiência, que respeita a meritocracia, conhecedora da máquina estatal e da sua forma de trabalhar. Também exaltou a consciência política e a capacidade de fazer dos escolhidos. “Procuramos montar uma equipe que espelhasse o conjunto da frente. Todos os partidos me deixaram inteiramente à vontade. Tanto é que vocês não viram nenhum problema. Nós resolvermos antes do tempo”, argumentou.

De acordo com o governador, “a principal cobrança será por resultado”. “Aqui temos um modelo de gestão com metas bem claras. Vamos seguir buscando essas metas; um governo que tem uma estratégia bem definida, um programa. Não são políticas de secretarias; são políticas de governo”, destacou Eduardo, que justificou o rodízio como uma forma de oxigenar a gestão.



Fonte: Folha de Pernambuco
Data:28/12/2010

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Eduardo chama quatro deputados e Rands coordena Governo

MAGNO MARTINS - Do Blog do Magno


O governador Eduardo Campos (PSB) avançou nas negociações com os partidos da sua base e deve anunciar, hoje, o seu novo secretariado, que estava previsto para quarta-feira, 29. O que parecia uma reforma tímida acabou sendo mais ampla do que o próprio governador esperava. Ele acabou convocando três deputados – dois federais e um estadual e está entregando a coordenação política do seu governo ao PT, nas mãos do deputado Maurício Rands. Hoje, o governador deve chamar mais um deputado do PSB na Assembleia, aumentando para quatro os parlamentares na sua equipe.

Secretários que pareciam estáveis, como Djalmo Leão, da Fazenda, e Ricardo Leitão, da Casa Civil, estão sendo remanejados para outras pastas. Para a Fazenda, o governador optou pelo atual secretário de Turismo, Paulo Câmara, enquanto para o lugar de Leitão irá o do procurador-geral Tadeu Alencar. São dois casos típicos do chamado rodízio, conforme adiantou o presidente do PSB, Milton Coelho. Leão sai da Fazenda para a Controladoria-Geral do Estado.

O secretário de Planejamento, Geraldo Júlio, será remanejado para a pasta de Desenvolvimento acumulando com a presidência de Suape no lugar de Fernando Bezerra Coelho, que virou ministro da Integração Nacional. Para o lugar de Júlio no Planejamento o governador optou pelo nome do atual secretário de Ciência e Tecnologia, Anderson Gomes. .

Para a Saúde, o governador convidou o diretor do IMIP, Antônio Figueira, que tem chances de substituir Fred Amâncio, no cargo desde quando João Lyra Neto deixou a pasta para disputar a reeleição. A sucessão na Saúde, no entanto, ainda não está fechada, havendo a possibilidade de Fred continuar.

O governador resolveu chamar três deputados – um estadual e dois federais. Laura Gomes, da bancada do PSB na Assembleia, assume a Secretaria de Desenvolvimento Social, no lugar de Roldão Joaquim. Já o federal Maurício Rands, do PT, é o nome do partido para a Secretaria de Relações Institucionais no lugar de Gilberto Rodrigues. Humberto Costa, João Paulo e João da Costa foram ouvidos no PT e chegaram ao consenso em torno de Rands.

Com isso, quem assume a vaga de Rands na Câmara dos Deputados é o primeiro suplente do PT, Josenildo Sinézio, e não Paulo Rubem, do PDT, conforme interpretação do Supremo Tribunal Federal, que, em resposta a uma consulta do PMDB na Câmara, determinou que a vaga pertence ao partido e não a coligação partidária.

Já na Assembleia, com base neste mesmo raciocínio, quem assume a vaga de Laura Gomes é o primeiro suplente do PSB, Sebastião Rufino. O governador ofereceu ao PTB a Secretaria de Empreendedorismo, a ser criada, e o partido indicou o nome do atual presidente do sistema SESI-Senai, Antônio Carlos Maranhão Aguiar.

Danilo Cabral, ex-secretário de Educação, é o terceiro deputado convocado pelo deputado. Está cotado para a pasta de Infra-instrutora, mas pode voltar para Educação. Em seu lugar assume o primeiro suplente do PSB, Ninho, ex-prefeito de Igarassu. Ficam mantidos nos cargos Ranilson Ramos, na Agricultura; Eugênio Morais, em Transportes, sem acumular DER; Pedro Mendes em Juventude e Wilson Damásio em Defesa, além de José Francisco Neto, em Administração.