A bancada governista assistiu em silêncio, ontem, ao desabafo do deputado estadual André Campos (PT) contra as articulações de bastidores para a eleição da mesa diretora da Assembleia Legislativa - marcada para fevereiro de 2011. André usou a tribuna para criticar a interferência externa, a antecipação do debate e a imposição de nomes para os cargos da mesa. O alvo do petista foi o prefeito de São Lourenço da Mata, Ettore Labanca (PSB), mas as críticas e ironias feitas a ele respingaram em dois homens de confiança do governador Eduardo Campos (PSB): o vice-governador João Lyra (PDT) e o prefeito em exercício do Recife, também presidente estadual do PSB, Milton Coelho.
Foto: Rinaldo Marques/Alepe´Começo esse discurso lembrando uma música de Chico Buarque, que nós cantávamos na época da ditadura: 'hoje, você é quem manda, falou tá falado, não tem discussão, não.' Hoje, é Ettore quem manda, falou tá falado#`, disparou. ´Essa Casa tem sido surpreendida por várias notícias oriundas do município vizinho de São Lourenço, onde o prefeito de lá tem uma ingerência nunca vista na história dessa Casa`, acrescentou, referindo-se a um almoço organizado por Ettore no final de semana para discutir nomes da mesa diretora. O encontro teria contado com a presença de Lyra e de Coelho.
Segundo André, nem mesmo quando no governo Jarbas Vasconcelos (PMDB), houve interferência como essa. ´Lembro que, em 1999, a liderança do PSDB (partido do qual fazia parte) não me colocou em nenhuma comissão permanente, mas pelo menos foi a liderança do PSDB. Agora o fato é inusitado: é o prefeito de São Lourenço quem decide`, provocou, citando nomes já definidos por Ettore para vários cargos. Nenhum deputado saiu em defesa de Ettore, que está em Portugal. A deputada Teresa Leitão (PT) foi a única da base a falar, mas ela se solidarizou com André Campos.
Diario de Pernambuco
ediçao de quarta feira dia 17 de novembro de 2010
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