terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Adversários de Eduardo podem ficar sem líder

 Presidente da Assembleia, Guilherme Uchôa (PDT) não vai considerar PV como partido oposicionista
Aline Moura
alinemoura.pe@dabr.com.br

A oposição na Assembleia Legislativa corre o risco de iniciar uma nova legislatura sem ter um líder e com o discurso mais fragilizado do que deixou as urnas em 2010 - derrotada por quase três milhões de votos. O presidente da Casa, Guilherme Uchôa (PDT), garantiu que não vai reunir a mesa diretora para definir o futuro da oposição. O parlamentar se referiu à polêmica que envolve o deputado estadual eleito Daniel Coelho (PV), pivô de mais uma crise entre tucanos e democratas. Daniel foi escolhido líder oposicionista pelo PSDB e PMN, mas contra a vontade do DEM e PMDB. ´Se continuar assim, a oposição fica sem líder`, sentenciou o pedetista.


Guilherme Uchôa já prevê uma oposição sem líder na Assembleia Legislativa. Foto:Teresa Maia/DP/D.A Press
Guilherme Uchôa disse estar respaldado no regimento interno da Assembleia Legislativa. Segundo ele, o PV faz parte do governo Eduardo Campos (PSB), ocupando a Secretaria de Meio Ambiente, e o partido não pode indicar nomes para representar a bancada adversária. O pedetista explicou que só quatro legendas têm essa prerrogativa - DEM, PMDB, PSDB, e PMN. ´No dia 1º de fevereiro, o governador vai indicar o deputado Waldermar Borges (PSB) como líder do governo e representando vários partidos, inclusive o PV. Ora, o PV não tem uma secretaria? Então, o ilustre deputado Daniel Coelho não pode ser o líder da oposição`, afirmou.

Insistência
Ainda sob o ponto de vista de Uchôa, a insistência do deputado verde em ser líder da bancada oposicionista ´não tem sentido`, embora ele tenha o apoio do PMN e do PSDB. ´Ele tem o apoio de dois partidos, mas não tem do PMDB e do DEM. Então está empate e, se continuar assim, a oposição fica sem líder`, pontuou, explicando que o Daniel não pode desempatar a votação, mesmo se denominando opositor do governo.

De acordo com o deputado eleito Gustavo Negromonte (PMDB), um dos que pode despontar como nome de consenso em meio à mais uma crise entre DEM e PSDB, o PV garante que não se interessa por cargos, mas quer ter cargos no governo e na Assembleia. Gustavo se referiu, de forma indireta, ao fato de o líder oposicionista ter direito a um acréscimo de 70% na estrutura de cargos. Já o deputado Tony Gel (DEM) sugeriu, ontem, que se reveja o nome e os partidos façam rodízio de líderes de um ou dois anos. ´O PSDB pode até indicar primeiro`, observou.

fonte: Diario de Pernambuco

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