sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Renildo: "Eles criaram problemas para todo mundo"


Para o comunista, briga entre João da Costa e João Paulo foi por imaturidade

CAROL BRITO
Calheiros vê o desentendimento entre petistas como um risco à base governista
O rompimento político e pessoal entre o prefeito do Recife, João da Costa (PT), e seu antecessor, o deputado federal eleito João Paulo (PT), é motivo de preocupação entre os aliados, principalmente porque, neste ano, já terão início as discussões sobre eleições municipais de 2012. O prefeito olindense, Renildo Calheiros (PCdoB), mostrou-se indignado com “a briga” e também com o fato de uma reaproximação estar longe de ocorrer. “Essa briga política nem devia ter existido e acabou gerando problemas para todo mundo”, colocou, durante entrevista à Rádio Folha FM 96,7, ontem.

O comunista ainda classificou como “absurda” a situação criada pelos correligionários. “Eu não sei como um partido (PT) faz a frente (em 2008) e apoia um candidato para, depois de seis meses, eles já começarem a brigar. Na política, você tem que ter maturidade”, disparou. Calheiros ainda destacou que a história política do prefeito do Recife está diretamente atrelada à do seu ex-padrinho. “Quem era João da Costa? A vida inteira ele trabalhou para João Paulo, e se ele foi candidato é porque João Paulo tinha nele toda a confiança”, relembrou.

Mais adiante, contudo, Calheiros fez questão de deixar um recado para João da Costa e João Paulo, após as críticas, com direito a abraços e felicitações. “Eu torço para que vocês se entendam, até porque são mais de 30 anos militando juntos”, amenizou.

As declarações do comunista surgem em meio às especulações da ida do deputado federal eleito para o PCdoB. Referindo-se a João Paulo como “companheiro de muitos anos”, Renildo afirmou que “as portas do partido estão abertas”, caso ele queira migrar para a sigla. Contudo colocou que a filiação de João Paulo não implica que o partido irá apoiá-lo na disputa pela Prefeitura do Recife, no próximo ano. “Para nós, a eleição de 2012 não está posta na mesa”, sacramentou.

O prefeito olindense ainda fez questão de ressaltar que a sua legenda não entrará em disputas com outras siglas por lideranças. “Não topamos ficar, o partido A ofereceu isso e o B ofereceu aquilo. É claro que cada um faz a sua escolha. Mas, o caminho de cada um deve ser definido”, pontuou.

Questionado sobre a possibilidade de a base governista ter mais de uma candidatura a prefeituras na Região Metropolitana, Renildo considerou natural, diante da fragilidade da oposição, atualmente. Citou o caso da deputada estadual Teresa Leitão (PT), que é pré-candidata em Olinda, mesmo o vice-prefeito Horácio Reis sendo petista. Porém observou que cada partido “não pode deixar que interesses pessoais se sobreponham à unidade das siglas”.

Ele também defendeu que as legendas aliadas devem buscar a unidade até o pleito 2012. “O risco que corremos é cada partido achar que pode tudo e que qualquer um pode ganhar sozinho. Esse tipo de pensamento pode desintegrar a nossa frente”, alertou.

fonte: Folha de per

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