Mesmo mostrando-se indignado com a forma que foi tratado pelo PV com bom argumento contra uma possível perda do mandato de deputado estadual, Daniel Coelho avisou que continuará no partido e fará oposição sem esbarrar em amarras regimentais. O verde ainda revelou que poderia ter se filiado ao PPS, explicando que isso lhe daria condições de assumir a liderança da bancada de oposição. No entanto, preferiu manter-se onde está e prometeu “lutar” para que o partido “não se perca fazendo a política mais atrasada do adesismo”. Assegurando que a ex-presidenciável Marina Silva (PV) não foi consultada sobre a questão de Pernambuco, como colocou o presidente estadual da sigla, Sérgio Xavier, o parlamentar disse que não a procuraria por não ter a intenção de “criar conflito” entre a sigla e a ex-senadora. De quebra, alfinetou: “Marina fez o caminho inverso do PV pernambucano: saiu do Governo (na época, ministra do ex-presidente Lula/PT)”. Daniel ainda definiu o partido dividido em dois: “O ideológico e o pragmático”. A última vez que o deputado dialogou com Sérgio Xavier faz mais de um mês, antes de estourarem as especulações da adesão ao Governo. “Na ocasião, ele falou que não queria mais saber de política, que não seria candidato a nada mais, nem secretário”, recordou Daniel. Ainda segundo o parlamentar, na única reunião marcada pela Executiva, para debater a entrada na base governista, em dezembro, Sérgio não compareceu, pois se encontrava em viagem aos Estados Unidos. “Às 15h, a ata já estava pronta no Shopping Tacaruna, onde eles estavam reunidos com o vice-presidente Carlos Augusto Costa”, pontuou Daniel. E o próximo encontro, acrescentou ele, “foi com aqueles que vão ocupar cargos comissionados, não fazia sentido eu estar presente”. Ontem, as palavras dele, ao abrir mão da liderança, foram embaladas em documento intitulado de “Carta aberta à população”. Ao longo do texto, o PV é classificado por ele repetidamente como Cartório Verde, em referência ao caráter cartorial que enxerga, hoje, na agremiação. Tratou também como “vergonhoso” o processo desencadeado por “dirigentes do PV”, que “literalmente se venderam ao Governo”. “Digo oficialmente, porque querendo o Cartório Verde ou não, na prática estarei na trincheira da oposição, denunciando práticas fisiológicas e antidemocráticas, como as que todos puderam testemunhar nesse processo”, disparou. Nos termos dele, os membros da Executiva “mudaram de lado e perderam sua independência para ocupar 51 cargos comissionados”. Sobrou ainda para o Governo e a “direção da Alepe“. Falando em “aquisição do Cartório Verde” pelo Executivo Estadual, Daniel queixou-se de interferência do Governo no Legislativo e classificou de “arbitrária e antidemocrática” a forma como a direção da Assembleia indeferiu sua indicação, assinada pelo PSDB/PMN, para líder. E encerrou com o recado: “Pernambuco verá que um filho seu não foge à luta”.
fonte: Folha de Pernambuco
fonte: Folha de Pernambuco
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