“Sou do Recife com vontade de chorar” e “Recife mandou me chamar”. Foi utilizando os trechos de famosos frevos pernambucanos que a Mesa da Unidade do Recife foi formalmente lançada ontem, em reunião na sede dos Democratas, na Ilha do Leite, com a proposta de unir as forças da oposição na Capital pernambucana contra o que foi classificado como “desatinos da atual administração municipal”.
Compuseram o encontro os presidentes estaduais de partidos Mendonça Filho (DEM), Evandro Avelar (PSDB), Raul Jungmann (PPS) e Sílvio Barbosa (PMN), além do secretário-geral do PMDB, deputado Raul Henry. O deputado estadual Daniel Coelho (PV) e a presidente do DEM recifense, vereadora Priscila Krause, também estiveram na reunião, entre outros.
De acordo com Raul Jungmann, que foi escolhido o primeiro coordenador da mesa - o mandato da coordenação tem duração mensal, “o Recife fez a convocação para que a oposição se unisse”. “A aliança é política, mas não eleitoral”, destacou o ex-parlamentar, declarando que mais à frente será definida a estratégia para o pleito de 2012. Jungmann afirmou que outros partidos e a sociedade civil são bem-vindos à Mesa. “Até partidos que não seguem a linha das siglas aqui da Mesa, como o PSTU, podem se unir a nós”, complementou Daniel Coelho.
“Os projetos individuais não estão na frente do que queremos para a cidade”, destacou Mendonça Filho. Segundo ele, três gestões seguidas do PT levaram o Recife “para o fundo do poço” e a definição da Mesa para 2012 vai depender da estratégia que for adotada pela situação. “Se for preciso, vamos lançar dois ou três candidatos, mas, até agora, a única certeza é de que vamos governar juntos”, afirmou o democrata.
O grupo, que declarou que possui como espaço de convergência atual apenas o município, mas que pode ser ampliado para o nível estadual futuramente, afirmou que o encontro não é uma releitura da União por Pernambuco. “(A União) É uma página virada. Cumpriu seu papel, mas acabou”, disse Jungmann, que destacou que vai pedir licença da presidência do partido durante o mês que estiver à frente da Mesa.
Priscila Krause declarou, durante o encontro, que a vinda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao Recife nos próximos dias, não vai afetar a “rejeição” observada na população da Capital. “Lula pode se colocar como figura messiânica nacional, mas localmente, basta abrir a porta de casa para o recifense saber a situação em que se encontra. É lixo, buracos e a pior educação em capital do País, entre outros problemas”, afirmou a líder da oposição na Câmara.
Na próxima semana, acontecerá um novo encontro da Mesa para a organização de uma agenda de trabalho. A partir de agosto, está prevista a realização de quatro seminários sobre os problemas e soluções para o Recife.
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